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Terça-feira, 25 de Novembro 2025

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Semanário da Zona Norte recebe a visita do comandante do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo, coronel PM Hugo Araújo dos Santos

O comandante do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo coronel PM Hugo Araújo dos Santos

Semanário da Zona Norte recebe a visita do comandante do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo, coronel PM Hugo Araújo dos Santos
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O comandante do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo coronel PM Hugo Araújo dos Santos visitou na quarta-feira, dia 19 de fevereiro, a sede do jornal e foi recebido pelo jornalista responsável  do Semanário da Zona Norte, João Carlos Dias.

Na ocasião, o coronel  PM Hugo concedeu entrevista ao jornalista onde abordou vários assuntos, entre eles, a trajetória na Polícia Militar do Estado de São Paulo, o desafio até chegar ao Comando de Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo, o crescimento da mulheres na Corporação, os principais problemas enfrentados diariamente na unidade e a importância das mídias regionais, em especial o Semanário da Zona Norte.

O coronel Hugo é bacharel em Direito, especialista em Gerenciamento de Crises pelo FBI, Negociação em Situações Críticas pela Polícia de Córdoba-ARG e em Comportamento Suicida pela Unicamp, e também mestre e doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo Centro de Altos Estudos de Segurança.

Ele ingressou na Polícia Militar do Estado de São Paulo em 15 de janeiro de 1992, como cadete da Academia Militar do Barro Branco, estagiou na Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), e após a formatura, foi tenente no 12º Batalhão da Capital, e na sequência, foi transferido para Campinas, onde comandou o Pelotão de Ações Especiais (ATAC) da Companhia de Policiamento de Choque do 35º Batalhão. Já como capitão, trabalhou no 19º Batalhão Interior (BPMI), em Americana, e comandou a Força Tática e policiamento nas cidades de Americana e Santa Bárbara d’Oeste; no Comando de Policiamento Regional de Piracicaba (CPI-2) chefiou a Agência de Inteligência e depois comandou o Policiamento Rodoviário na Região de Campinas pelo 4º Batalhão de Polícia Rodoviário. Como major, foi chefe da Divisão de Segurança Pessoal e Física da Assembleia Legislativa, e ainda comandou o 5º Batalhão da Polícia Militar Rodoviária (BPRV), em Sorocaba.

Em 2011, ele recebeu o título de cidadão americanense.

Confira na íntegra a entrevista.

JSZN: Qual a sua formação e como foi seu início e trajetória na PMESP?

Coronel Hugo: Em janeiro de 1992, aos 18 anos, entrei na Academia do Barro Branco, me formei em 1994 e fui classificado no 12º Batalhão Metropolitano, onde trabalhei em funções operacionais até o ano de 2000. Depois me mudei para Campinas, onde servi como tenente na extinta Companhia de Choque do 35º Batalhão do Interior (hoje 1º BAEP) no Pelotão de Ações Táticas Especiais - ATAC, semelhante ao GATE, por cinco anos. Como capitão, comandei o policiamento nas cidades de Valinhos, Vinhedo, Americana e Santa Bárbara d’Oeste, chefiei a Agência de Inteligência de Piracicaba e fui para o 4º Batalhão de Polícia Rodoviária, onde atuei no Sistema Anhanguera/Bandeirantes. Depois trabalhei dois anos como assessor militar na Assembleia Legislativa, voltei pra Polícia Rodoviária no 5º Batalhão, região de Sorocaba, até ser promovido a coronel e comandar a região do Vale do Paraíba e retornar pela terceira vez ao Policiamento Rodoviário, agora como comandante estadual. Além da graduação, mestrado e doutorado em Ciências Policiais, formação necessária de todos os coronéis, fiz cursos nas áreas de gerenciamento de crises, negociação policial, patrulhamento tático e com motos e intercâmbios nos Estados Unidos e Itália. Sou também bacharel em Direito, especialista em comportamento suicida pela Unicamp e negociador em situações críticas pela Polícia de Córdoba, na Argentina. 

JSZN: Qual o seu maior desafio até chegar ao Comando de Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo?

Coronel Hugo: Comandar o ATAC em Campinas como tenente foi o primeiro desafio porque precisei me especializar muito para missões críticas envolvendo reféns, suicidas, motins prisionais, explosivos e outras. Ir para o Policiamento Rodoviário como capitão, depois de mais de 20 anos na PM, também foi difícil porque tive que reaprender a trabalhar numa área diferente, mas o maior desafio mesmo foi o Comando de Policiamento do Interior 1 (CPI-1) como coronel em São José dos Campos. Não conhecia a região, nem os comandantes, policiais e já no primeiro final de semana de comando, Carnaval de 2023, houve uma tragédia com dezenas de moradores soterrados pelos deslizamentos dos morros em razão das fortes chuvas no Litoral Norte. A perda de tantas vidas, outras desabrigadas, isoladas sem comunicação e atuando com diversas agências diferentes foi muito difícil, mas a presença de líderes como o comandante geral Cássio, o coronel Henguel (Chefe da Casa Militar e coordenador de Defesa Civil), o general Ferraz (Comandante da 12ª Brigada do Exército), o prefeito Felipe Augusto (de São Sebastião) e principalmente o governador Tarcísio, que surpreendentemente ficou lá conosco por 8 dias, foram importantes para coordenar os policiais e bombeiros, que não mediram esforços para ajudar. Depois a meta foi reduzir a taxa de homicídios nessa região do Vale do Paraíba, a mais alta do Estado, e após um ano conseguimos uma queda histórica de mais de 12%, equivalente a quase 50 mortes a menos em um ano na região!

JSZN: Quais os principais desafios da instituição para promover melhorias na prestação de serviço à sociedade?

Coronel Hugo: É uma pergunta complexa... Considerando que nosso foco é a segurança pública, ou seja, prevenir crimes, acho que o maior desafio da Polícia Militar é a impunidade. Temos um alto grau de eficiência nas prisões, mas também de reincidência criminal. Prendemos um mesmo criminoso várias vezes! No livro “A Construção da Maldade”, Roberto Motta diz que “um país que não consegue condenar moralmente seus criminosos jamais conseguirá condená-los judicialmente”. O secretário de Segurança Pública Derrite, que foi oficial da PM, é também deputado federal licenciado e conseguiu aprovar um projeto de lei que limita as saídas temporárias de presos, ajuda muito, mas demanda tempo para que tenha eficácia. Ano passado, só o Policiamento Rodoviário recapturou mais de 800 foragidos da justiça! Se esses criminosos ficassem presos, a PM poderia prestar um melhor serviço e a sociedade estaria mais segura, mas estamos vencendo: temos hoje os melhores índices de segurança da história de São Paulo e vamos melhorar cada vez mais.

JSZN: Quais ações o Sr. já implantou em sua gestão?

Coronel Hugo: No CPRv criamos uma Companhia de Policiamento exclusivamente para o Litoral Norte que já colaborou com os bons resultados nessa Operação Verão 2024/2025, implantamos 13 câmaras de treinamento para as diversas modalidades de ocorrências rodoviárias e encontros técnicos com o TOR (Tático Ostensivo Rodoviário, unidade responsável pelo combate ao crime nas rodovias) para melhorar a doutrina operacional e evitar erros nas ações policiais, investimos em tecnologias para digitalizar e unificar as redes de rádio, facilitando a comunicação entre as patrulhas rodoviárias nas áreas rurais, estamos otimizando o uso de drones e do sistema integrado de câmeras do programa Muralha Paulista nas rodovias e consolidamos um Conselho de Disciplina para melhorar o julgamento administrativo de policiais militares acusados de irregularidades. Estimulamos operações conjuntas com outras modalidades de Policiamento como o Comando de Aviação (Águia), Choque, Ambiental, Trânsito Urbano e BAEP, com outras Polícias (Civil e Federal), Receita Federal, nas divisas com as PMs dos outros Estados e Baixada Santista.  Trabalhamos diariamente com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e a Artesp (Agência Regional de Transportes) pra termos estradas melhores e mais seguras e estudos pra implantar policiamento nas novas rodovias como o trecho norte do Rodoanel, a nova Tamoios e a nova Imigrantes.

JSZN: Como o Sr. vê o crescimento das mulheres na corporação?

Coronel Hugo: Excelente! Elas são vencedoras só de ingressar numa carreira majoritariamente masculina. Além das atividades operacionais próprias, como por exemplo uma revista em outra mulher, percebo que elas têm um olhar mais sensível e detalhista nas formas de pensar e agir que nós homens. O mais importante é que esse crescimento é natural, espontâneo, baseado na competência e maior participação feminina no mercado de trabalho, afinal a Polícia Militar acompanha a sociedade.

JSZN: Quais são os maiores problemas que a Polícia Rodoviária Estadual enfrenta no dia a dia?

Coronel Hugo: Temos uma dupla atribuição constitucional: segurança pública como polícia militar e segurança viária como polícia de trânsito, então no dia a dia, o maior problema na área criminal é o tráfico de drogas e o roubo de cargas, mas no ano passado apreendemos mais de 100 toneladas de drogas e reduzimos em mais de 25% o roubo de cargas em rodovias estaduais, então estamos conseguindo superar esse problema. Já na parte viária, reduzimos o total de acidentes nas rodovias ano passado, mas não o número de mortes, então nosso maior desafio pra 2025 é esse. Estamos em contato com o DER, concessionárias, Observatório Nacional de Segurança Viária e outros para desenvolver estratégias de educação, engenharia e fiscalização pra reduzir os sinistros fatais.

JSZN: Quais os projetos futuros para a Polícia Rodoviária?

Coronel Hugo: Temos vários projetos, mas os principais são o novo uniforme obedecendo o padrão institucional da Polícia Militar, mais confortável e operacional, com boné, gandola tipo “combat-shirt”, calça cargo e bota tática, transformar nosso Gabinete de Treinamento em Escola Superior de Polícia Rodoviária criando um curso de extensão em Engenharia de Tráfego Rodoviária em parceria com a USP e já estamos mudando para uma nova sede, a primeira do Comando de Policiamento Rodoviário na história, saindo do primeiro andar do DER, que sempre nos abrigou muito bem, para o Km 24,5 da Rodovia Castelo Branco, pista Leste (sentido Capital) em Barueri, que vamos inaugurar em abril desse ano.

JSZN: Qual a importância das mídias regionais em especial o jornal Semanário da Zona Norte?

Coronel Hugo: Com o advento da internet e a difusão muito maior de notícias e também de boatos, as mídias regionais têm papel fundamental na captação local das informações de modo confiável, porque a grande mídia nem sempre vai estar e todos os lugares. O combate à desinformação é feito com credibilidade e o Semanário da Zona Norte é um desses órgãos em que a população e a Polícia Militar e Rodoviária confiam pela ética e tradição na prestação de serviços.

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