Em tempos denominados por estudiosos de pós-modernidade, quando a ciência e a tecnologia se desenvolvem em ritmo acelerado causando mudanças de paradigmas de fora para dentro que, como uma necessidade, precisam ser incorporadas ao cotidiano das pessoas, aparentemente, os indivíduos estão propensos ao aprisionamento aos aspectos físicos da vida, privilegiando o ter em detrimento do ser, tornando a sociedade, pode-se até dizer, profana.
Há até quem diga que, de maneira alienante, o poder da tecnologia na modernização sobre a humanidade fomenta uma crise da subjetividade humana ao alterar o comportamento e as relações humanas. A rapidez das mudanças afeta a ideia que as pessoas tinham de si mesmos. As identidades construídas por padrões culturais e que estabilizavam o mundo social começaram a declinar fazendo surgir novas identidades, fragmentando o indivíduo moderno que é visto como um sujeito unificado.
As contradições são tamanhas a ponto de a humanidade orar pela paz, mas, em contrapartida, está em guerra consigo mesmo, porque ao se apegar à matéria se distancia do divino.
A resultante disso é a crescente crise de saúde mental que afeta muitas pessoas e se caracteriza pelo desequilíbrio emocional decorrente de estresse, acúmulo de tensões ou eventos traumáticos, que causam isolamento social, irritabilidade, conflitos interpessoais etc.
É evidente: o progresso intelectual humano, decorrente do estrondoso e rápido desenvolvimento da ciência e da tecnologia, está em desequilíbrio com o aspecto moral e espiritual.
Essa constatação, feita inclusive pela ciência, implica na necessidade de que se dê a conciliação entre o homem e a espiritualidade por meio da integração da ciência, da filosofia e da religião, de modo que razão e fé caminhem juntas.
Como o progresso não ocorre de forma linear e é marcado por desafios, compete ao ser humano refletir sobre sua condição, procurar elevar seu espírito, cultivar qualidades como a caridade, superar suas imperfeições, normalmente oriundas do egoísmo e do orgulho, para que o progresso moral acompanhe o intelectual. Ora, o reconhecimento das dimensões humana e espiritual do ser humano viabiliza a reflexão e a busca sobre o conhecimento de si mesmo e sua relação com o mundo.
Longe de ser o fim, o progresso do intelecto é meio para se chegar ao progresso espiritual. Ambos são imprescindíveis para a evolução de cada pessoa e, por consequência, da humanidade, de modo que é preciso que a evolução da matéria se desenvolva e se fortaleça em equilíbrio com o progresso moral.
Na dúvida de como seguir esse caminho, toda pessoa deve procurar conhecer a si mesmo, alisar sua conduta e tentar identificar imperfeições a corrigir, lembrando da lição contida em Mateus 11.28-29 que diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim… e achareis descanso para a vossa alma”.
Nestes tempos de incertezas, as lições de Jesus, que é “o caminho, a verdade e a vida”, nos estimulam a seguir o caminho do bem e nos inspiram a trilhar rumo ao progresso, cultivando a moralidade e vivenciando o amor, a caridade e a sabedoria.
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