O Encontro da Rede Integrada do Acidente Vascular Cerebral (AVC) da Cidade de São Paulo, realizado na última quarta-feira (12), reuniu profissionais da saúde da rede municipal e convidados para discutir estratégias, tecnologias e experiências bem-sucedidas na linha de cuidado do AVC. Também premiou seis hospitais pelo atendimento de excelência com a Certificação Angel Awards do primeiro semestre de 2025. 

Dois hospitais foram certificados pela primeira vez: o Hospital da Brasilândia, com o selo Diamond, e o Hospital Tide Setúbal, com o Gold. Outros quatro hospitais mantiveram seus reconhecimentos: Ermelino Matarazzo (Alípio Correia Netto), com a certificação Diamond, e os hospitais São Luiz Gonzaga, Parelheiros e Campo Limpo (Fernando Mauro Pires Da Rocha) com o selo Gold. O Hospital Geral do Grajaú, que é estadual, também recebeu a certificação Diamond. 

O reconhecimento é fruto do projeto Acesso Rápido AVC-360, que busca integrar os serviços da rede de atenção à urgência – Samu 192, Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Assistência Médica Ambulatorial (AMA) – e hospitais para o atendimento rápido ao paciente com suspeita de AVC, por meio de fluxos definidos e comunicação eficiente entre os pontos de atenção. 

“Essa integração possibilita maior agilidade no atendimento, garantindo o tratamento trombolítico aos pacientes que apresentam sinais e sintomas de AVC dentro de até 4 horas e meia. Além disso, nos casos de oclusão de grandes vasos, os pacientes com sinais e sintomas de até 24 horas podem ser encaminhados para trombectomia mecânica, realizada nos centros de alta complexidade”, avalia Luiz Carlos Zamarco, secretário municipal da Saúde de São Paulo. 

“Todas as ações adotadas, como capacitações, oferta de insumos e aquisição de trombolítico demonstram que estamos avançando na direção correta. Isso é evidenciado pelo aumento no número de pacientes com hipótese diagnóstica de AVC isquêmico que receberam atendimento oportuno e trombólise dentro da janela de até 4h30min”, acrescenta Zamarco. “Os dados da rede integrada mostram crescimento de 27% no período de 2023/2024 e projeção de 30% para 2024/2026, reforçando que estamos no caminho certo”, exemplifica. 

Além dos serviços e equipamentos de urgência, a rede integrada também abrange o atendimento posterior ao paciente, que inclui as Unidades Básicas de Saúde (UBS), os Centros especializados em Reabilitação (CER), as Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (Emad) e de Apoio (Emap). 
“O projeto Acesso Rápido AVC-360 teve início em 2023 e, em menos de dois anos, seis hospitais já receberam a certificação. Agora, vamos implementar um projeto-piloto para que Parelheiros receba o selo de primeira região Angel da cidade, pois já conta com três hospitais certificados: Parelheiros, Campo Limpo e Grajaú”, diz Gislane Soares Fazzolari, assessora especial da Secretaria Executiva de Atenção Hospitalar. 

Diamond reflete padrão elevado de desempenho
Para receber o selo Diamond, os hospitais precisam atingir indicadores de desempenho como agilidade no diagnóstico e tratamento, com base nos dados registrados na plataforma internacional RES-Q (Registro de Qualidade de Atendimento AVC), que é um referencial global para a qualidade no atendimento de AVC. Entre os indicadores, 90% de todos os pacientes com suspeita de AVC devem ser submetidos a procedimentos de tomografia computadorizada ou ressonância magnética em menos de 25 minutos e 75% dos pacientes com AVC isquêmico devem receber trombólise IV em menos de 60 minutos.

“O prontuário eletrônico ajuda bastante na coleta dos dados. Dessa forma, conseguimos rastrear toda a jornada do paciente: suas condições ao chegar ao hospital, a passagem pela triagem, o atendimento médico, os resultados dos exames, os remédios ministrados. A mensuração dos perfis dos pacientes ajuda a identificar as nossas fragilidades, que podem ser melhoradas”, explica Camila Campos Baltazar, supervisora de enfermagem do Hospital da Brasilândia, que recebeu o selo Diamond.  

A certificação, criada pela farmacêutica Boehringer Ingelheim e validada pela World Stroke Organization (WSO) e pela European Stroke Organization (ESO), analisa os dados de atendimento que foram registrados na plataforma internacional RES-Q (Registro de Qualidade de Atendimento AVC), que é um referencial global para a qualidade no atendimento de AVC.

Telestroke

O evento também apresentou o Projeto Telestroke, que aplica a telemedicina ao atendimento do AVC. Por meio do aplicativo chamado Join, a equipe do Samu compartilha as informações clínicas do paciente com os médicos do hospital de destino, o que garante maior agilidade na assistência. Além disso, todos os dados da jornada do paciente ficam reunidos em uma única plataforma. O serviço já é utilizado em 16 hospitais da rede municipal.