Prosseguindo o assunto acerca deste saboroso alimento, que se faz ricamente presente em nossa cultura nas refeições, festas, confraternizações e que para muitos funciona como um poderoso calmante emocional, visto os efeitos que produz em relação à ansiedade, ao estresse, à angustia, etc.
Neste contexto, importa lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a ingestão diária deve ser limitada a 25 gramas, seja qual for o tipo de açúcar: mascavo, moreno ou macio, demerara, branco, amarelo, cristal, granulado, de confeiteiro, impalpável, para compota, invertido, de coco.
Uma das confirmações do quanto o açúcar tornou-se um produto tão viciante quanto à cocaína, por exemplo, está no aumento de sua produção mundial que dobrou desde o início da década de 1970, passando de 71 para 162 milhões de toneladas, aproximadamente, na safra 2010/11, e nesse ritmo também aumentou o consumo pelas pessoas.
Estudos apontoam que o consumo médio de ingestão de açúcar pelas pessoas tem sido de 150 gramas por dia, nessa questão os especialistas andam preocupados com o quanto as crianças estão sendo afetadas, afinal os hábitos alimentares dos pais acabam sendo aprendidos pelos filhos.
As pesquisas sobre a alimentação dos adolescentes revelaram a ocorrência de inadequação alimentar com excesso de açúcares e gorduras. Isso não causa espantosa surpresa, pois é bem perceptível que os adolescentes, em regra, mantêm um consumo excessivo de doces e bebidas com adição de açúcar (incluindo refrigerantes), em suas dietas.
Não é por acaso que a OMS apontou uma epidemia de obesidade mundial, ou seja, pessoas com peso acima do que seria ideal o que leva ao surgimento de muitas doenças degenerativas. Isto ocorre pelo estilo de vida, sobretudo em relação aos hábitos alimentares (qualidade e quantidade) e a falta de atividade física (sedentarismo).
Talvez as pessoas não saibam que quando consumido o açúcar em excesso as calorias não queimadas formam células de gordura, além disto, os açúcares de digestão rápida elevam a glicose no sangue, visto a dificuldade da insulina diante da grande quantidade ingerida. Este processo pode resultar em desequilíbrios metabólicos, logo afetando os sistemas neurológico e cardiovascular, causando diabetes (tipo 2) e outras doenças.
Tornando mais claros os malefícios pertinentes ao açúcar espero ter despertado nos adictos em doce motivação para mudanças de hábitos, especialmente na busca por uma alimentação saudável que satisfaça as necessidades psicológicas e biológicas, de modo a cuidar da Saúde e Qualidade de Vida sem adoçá-la exageradamente.
Coronel PM PAULO AUGUSTO LEITE MOTOOKA
Comandante da Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo
Mestre e Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública
Bacharel em Psicologia, Direito e Especialista em Direito Ambiental