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Sabado, 24 de Maio de 2025

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Vamos plantar árvores frugívoras?

Colunista José Renato Nalini

Vamos plantar árvores frugívoras?
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O mundo precisa de um trilhão de árvores. É a melhor e mais eficiente máquina de produzir bom clima e de fazer chover. O Brasil precisa de alguns bilhões de árvores. O Estado de São Paulo de muitos milhões.

Tivessem todos consciência disso e haveria legiões de plantadores. Não é o que acontece. Ressalvada a heroica ação de alguns abnegados, lembra-se da árvore no seu dia e planta-se um exemplar, sob aplauso de muitos que só observam o plantio.

Mas plantar árvores precisa atender a algum propósito. Árvore para que? Existem as que florescem, existem as que não têm flores, mas dão sombra. E há um tipo especial que mereceria a atenção de todos os seres preocupados com o futuro.

São as chamadas árvores frugívoras, que são eficientíssimas na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Elas alimentam os animais que praticam a frugivoria, hábito alimentar baseado no consumo de frutas.

Muitas aves se alimentam de frutos e isso quem observa os pássaros já constatou. Nossa Mata Atlântica, este maravilhoso bioma que habitamos, tem os tucanos, as jacutingas, as jacupembas, que são grandes e consomem frutos de bom tamanho. A jacutinga já está na lista da extinção.

Mas as cidades ainda contam com a beleza do sabiá-una, do tangará-dançador, as maritacas, os periquitos e os papagaios. Todos eles, ao se alimentarem das frutas, exercem um trabalho ecossistêmico impressionante: dispersam sementes. Isso tem um nome científico: ornitocoria. As frutas digeridas pelos pássaros vão passar pela digestão e voltam à terra. Não necessariamente junto ou próximo às árvores das quais os frutos foram retirados. Por isso é válido falar-se em dispersão. As sementes vão germinar em vários lugares, recompondo a flora e sem a necessidade do trabalho humano.

Vamos plantar mais goiabeiras, pitangueiras, jabuticabeiras, ameixeiras, cerejeiras, todas essas espécies que atraem pássaros frugívoros? É um gesto generoso que contempla a flora, a fauna e nós mesmos.

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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