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Sabado, 24 de Maio de 2025

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Colunistas José Renato Nalini

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Parece existir uma conspiração contra a humanidade, quando se constata que governos, responsáveis pela coordenação do convívio em sociedade, adotam medidas contrárias ao interesse das pessoas. 

É o que acontece no Brasil, por exemplo, quando o governo federal reduz verba contra desastres. Não foi suficiente um 2024 que foi o mais quente da história, marcado por tragédia climática no Rio Grande do Sul, queimada no pantanal, seca histórica na Amazônia, para robustecer as estratégias de enfrentamento das emergências do tempo. Não. A verba federal destinada a gestão de riscos e desastres tem uma verba reduzida em duzentos milhões de reais. 

Exatamente no ano em que o Brasil sediará a COP 30, a trigésima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Belém, no próximo novembro, o cenário é de estrangulamento financeiro.  

Incrível que não faltaram verbas para Fundo Partidário e Fundo Eleitoral, para emendas PIX, para orçamento secreto, para atender demandas paroquiais de parlamentares, para viagens, para excesso de assessorias nos convescotes internacionais. Mas para o que interessa, falta dinheiro.  

Também é surreal o empenho do governo federal em insistir na exploração de petróleo na Foz do Amazonas. No ano em que o Acordo de Paris foi descaradamente descartado, pois a temperatura aumentou 1,6ºC, quando só poderia aumentar – no máximo – até 1,5º, a descarbonização é um discurso vazio.  

Uma lástima. Assim como marcar prazo para acabar com a criminalidade, pois a tal equivale estabelecer o ano de 2030 para o desmatamento zero, não se insiste na arborização de todos os espaços, na implementação do saneamento básico para milhões de brasileiros dele desprovidos, tudo parece estar de sinal contrário num Brasil de discursos estéreis e de práticas miseráveis.  

Por isso é que as entidades subnacionais – Estados membros e municípios – têm de assumir um heroico protagonismo. Confiar na União é desperdiçar sonhos e enfrentar o pesadelo numa nação que teria tudo para deixar a condição de “Pária Ambiental” e ser a promissora esperança de um mundo sustentável e propiciador de melhor qualidade existencial.  

* Reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.     

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