Que aí está a preocupação número 1 dos brasileiros, estamos fartos de saber. O que fazer para minorar, é desafio sem fim. Num País com vulcões políticos em erupção, a resposta não aparece. Promessas não faltam. Cumprir o artigo 144 da Carta Magna tornou-se utopia.
Por que? A resposta bem poderia ser: “não sabemos”. Há uma sentença latina (“ignoramus”) que traduzida diz: “nós não sabemos”. Deduzindo: não sabemos tudo. Podemos até achar que sabemos. Mas não é possível acreditar em algo que depois o conhecimento poderá demonstrar que estamos imersos em equívocos. Nenhuma tese pode ser considerada inquestionável. A palavra “ignorância” não possui conteúdo ofensivo. A verdade não é necessariamente ponto final. As instituições são mutantes, como as da Polícia, promotoria, juízes, advogados, sistema penal. Necessário, porém, olhar para o passado e ver no que ele se transformou. Já tivemos no comando da Segurança Pública militares, juízes, promotores, advogados. E então?
Está mais do que na hora falar sério, muito sério. O ser humano é a marca de todos, nossa natureza, e a prática, que precisa ser especializada, não pode ser definida por partidos políticos (que priorizam contentar rapidamente seus eleitores), preferências sacras (destinadas a uma esfera espiritual) ou sindicatos (empenhados na própria categoria profissional e suas datas-base. Bem sabemos que podem se tornar problemas, principalmente quando vinculados ao corporativismo e ideologias rivais. Em outras palavras: tóxica corrupção mental. Não é fácil admitir, mas sabemos que é assim mesmo. Tanto que estamos pagando o alto preço, sempre inflacionado, gerador de uma perplexidade moral – as normas sociais de convivência, estampadas em nosso Códigos, demonstram que elas não são respeitadas. Vigora a Lei do Cão, isto é, império de mando (crime organizado) e desobediência às normas legais. O monopólio da violência, que deveria ser do Estado, deixou de ser. O ser honesto acima de tudo virou vergonha, como já dizia Ruy Barbosa. Não adianta fazer de conta que nas quebradas da vida, as periferias, o que os ideológicos preconizam nada tem a ver com a distante realidade do dia a dia. Quem mora lá não quer saber mais de falatório e sim sobreviver sem o temor do bandido.
Resumo da opereta: parem de falar para vocês mesmos, falsos “especialistas”. O que vocês dizem não é o que o País pensa. Basta!
*Jornalista e escritor
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