A humanidade vive momentos de extrema fragilidade na saúde pública, economia e saúde mental. Talvez estes sejam os dias mais duros desta geração.
Mas, em contrapartida, também está vivenciando uma grande oportunidade para refletir sobre o que e quem somos e como podemos ser melhores. Ou seja, vivemos um momento de interiorização e meditação que pode ser contextualizado como um rito de passagem que, certamente, nos libertará e nos conduzirá a um mundo mais justo e perfeito.
A celebração da Páscoa, enquanto um rito de passagem, esse simbolismo ganha importância pela própria origem da palavra, que decorre de dois vocábulos hebraicos: um, derivado do verbo pasah, quer dizer “passar por cima” (Êxodo, 23: 14-17), outro, traz raiz etimológica de pessach (ou pasha, do grego) indica apenas “passagem”.
Assim, associando estes dois momentos, que a Páscoa possa significar a libertação da ignorância pelo conhecimento, a renovação moral e dos nossos propósitos em prol do engrandecimento do espírito imortal que transforma o homem velho que sempre fomos e viabiliza o crescimento em nosso interior do homem novo, renovado em seus princípios éticos e morais.
Este simbolismo propicia a necessária reflexão sobre a necessidade da disruptura dos valores antigos e, como consequência, serve como um ponto de partida para que as pessoas sigam pelo caminho do perdão, da humildade e da caridade, que ajudam na melhoria moral individual do ser humano e, como consequência, na transformação do planeta.
É tempo de meditar, de orar, de agradecer e de buscar a reforma íntima - que enseja a mudança nas atitudes e transforma cada pessoa e, como consequência, transforma o mundo -.
Quem sabe dessa maneira todos possam colocar em prática a moral do Cristo e fazer o mesmo testemunho de Paulo, o apostolo dos gentios: “Fui crucificado junto com o Cristo. Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minha vida pertence a carne, vivo-a no corpo, vivo-a na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas 2:20).
Que a Páscoa – e todo seu simbolismo - represente uma nova oportunidade para o grande objetivo de todo ser humano que é celebrar a vida e a sobrevivência da alma.
Comemore a Páscoa, a sua Páscoa, rumo a uma vida plena de amor, pois que a vida em essência só pode ser definida pelo amor.
Colunista Paulo Eduardo de Barros Fonseca