Em terras de propriedade de Eduardo Pacheco Chaves, piloto que fundou a primeira escola de aviação do Brasil, vasta região situada entre os bairros da Vila Sabrina, Jardim Brasil, Jaçanã e Rodovia Fernão Dias (Vila Galvão/Guarulhos), foi traçado o loteamento do Parque Edu Chaves, atualmente um dos bairros mais progressistas da Zona Norte da Capital, que completa 99 anos de fundação no dia 3 de dezembro.
O Parque Edu Chaves está localizado na Zona Norte da cidade de São Paulo, distante 5 quilômetros do Trópico de Capricórnio e 11 quilômetros do “Marco Zero”, situado na Praça da Sé desta exuberante metrópole. O Parque Edu Chaves tem como vizinhos os bairros de Vila Sabrina, Jardim Brasil, Jaçanã e, seu lado leste margeado pelo Rio Cabuçu de Cima e Rodovia Fernão Dias. Ao longo de sua história, o Parque Edu Chaves vem apresentando um grande desenvolvimento e demonstra ser um exemplo de organização.
Recebeu este nome em homenagem ao aviador Eduardo Pacheco Chaves (Edu Chaves), alguns atribuem que era utilizado como local de pista de treino. Todavia, o campo de pouso e hangares criados e utilizados por Edu Chaves localizavam-se em Jaçanã, na região hoje ocupada pela Aliança Metalúrgica. Este bairro foi planejado, tendo o formato da Praça Champs Elysees, em Paris. Por ser área de cheia, várzea, do Rio Cabuçu apresentava a ocorrência de enchentes como padrão, na época de chuvas. E por essa mesma razão o terreno era bastante úmido, o qual propiciava a proliferação de rãs e preás (rato do mato), os quais eram caçados por meninos que se aventuravam nos brejos de calças arregassadas até os joelhos.
O bairro também tem em sua maioria da população, familias de militares e ex-militares, pelo qual motivo a maior parte de suas ruas tem o nome de muitos capitães, majores e tenentes, em homenagem a esses que já se foram, porém contribuíram de alguma forma em prol do bairro. Após a crescente desvalorização dos imóveis na região por conta das enchentes, o Parque Edu Chaves vive uma valorização imobiliária devido a canalização do rio.
Origem
Antes, uma região pantanosa, coberta de vegetação rasteira e marcada por pastagem de boiada e trilhas de boiadeiros, onde existiam muitas traíras e rãs por ocasião do transbordamento do Rio Cabuçu de Cima. Foi construído o primeiro campo de aviação e a primeira escola de pilotos. O bairro foi idealizado pelo proprietário da área, aviador Eduardo Pacheco Chaves. Em 3 de dezembro de 1924, Eduardo Pacheco Chaves, vendeu uma parte de suas terras para Max Lowestein e outra para a Sociedade Comercial & Construtora S.A, que fez os loteamentos . A Companhia Planurba elaborou o planejamento das ruas arredondadas e ficou encarregada de vender os 1.535 lotes. O povoamento do bairro teve início em 1953, com a construção de 300 casas financiadas pela Caixa Econômica e vendidas aos sargentos da então Força Pública.
Características
Hoje, o bairro é uma típica região de classe média, possui um traçado “sui generis”, com uma praça central denominada Comandante Eduardo de Oliveira, contendo ruas circulares e outras radiais, largas, planas, pavimentadas e arborizadas, cuja estética teve a inspiração geométrica do charme francês da Place D’Etoile, em Paris , onde fica o Arco do Triunfo.
Sociedade Amigos do Parque Edu Chaves
Em 11 de agosto de 1957, Arlindo de Souza Pícoli, sargento da Força Pública, juntamente com outros moradores, fundou a Sociedade Amigos do Parque Edu Chaves “Sapec”, ativa até a presente data, a qual conquista melhorias para o desenvolvimento do bairro.
Lions Clube
Em 29 de março de 1980, Anildo Baldin e outros abnegados moradores, criaram o Lions Clube Parque Edu Chaves, com intuito de prestar serviços à comunidade, o mesmo funcionou por aproximadamente 10 anos, deixando sua contribuição na área social.
Brigada Ecológica
Em 1980, um grupo de moradores preocupados com o meio ambiente deu inicio ao plantio de árvores no bairro, porém, somente em 1994 foi fundada a Brigada Ecológica Edu Chaves, composta por sua primeira diretoria: presidente, José Pinheiro; secretário, Gildo Benício (in memorian); tesoureira, Irma Saade (in memorian); e ouvidor, Julio Caprara. Desde então desenvolve trabalho de planejamento para arborização das ruas e praças locais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida na comunidade. Neste particular, exalte-se os moradores do bairro, especialmente a classe estudantil, pelo elevado grau de conscientização e atitudes ecológicas na defesa e preservação da natureza.
A Brigada Ecológica Edu Chaves é uma entidade sem fins lucrativos, composta por associados voluntários, que têm como postulados fundamentais o exercício das atividades essenciais ao equilíbrio da natureza e a implementação de mecanismos que propiciem um meio ambiente mais saudável para o cidadão. Exemplo deste trabalho são as ruas e praças do bairro totalmente arborizadas, um trabalho que não para em momento algum, tornando o Parque Edu Chaves um dos locais mais agradáveis de São Paulo para se viver.
S.O.S Enchentes
Em 15 de janeiro de 1991, ocorreu a maior enchente da história do bairro, que motivou a criação da “S.O.S Enchentes”, grupo de trabalho liderado por Moacir Maiochi, que através do seu empenho conseguiu a canalização do Rio Cabuçu de Cima, junto ao governo do Estado, eliminando definitivamente o problema.
Associação dos Comerciantes
Em 26 de novembro de 2002, Marcos Roberto Seicho, juntamente com comerciantes do bairro, fundaram a Associação dos Comerciantes do Parque Edu Chaves “A.C.O.M.P.E.C”, visando organizar o desenvolvimento comercial . Uma de suas conquistas foi o novo acesso ao bairro pela Rodovia Fernão Dias.
Quem foi Eduardo Pacheco Chaves
Eduardo Pacheco Chaves, conhecido como Edu Chaves, (São Paulo, 18 de julho de 1887 — São Paulo, 21 de junho de 1975) foi um aviador brasileiro, pioneiro nas ligações aéreas entre São Paulo e Santos; São Paulo e Rio de Janeiro, e também entre o Rio e Buenos Aires. Sua paixão pela aviação começou na Inglaterra, onde estudava, ocasião em que conheceu Santos Dumont.
Edu Chaves era filho de Elias Pacheco Chaves e de Anésia da Silva Prado. Nasceu em um casarão da Rua de São Bento na cidade de São Paulo e era filho de uma antiga família de cafeicultores. Fascinado pela aviação, vai para a França com o propósito de tornar-se piloto. Em 28 de julho de 1911 adquire seu “brevê” de piloto da Federation Aeronautique Internacionale a bordo de um aparelho modelo Bleriot de 25 HP. Ainda na França, foi o primeiro aviador a realizar voos noturnos. Foi o primeiro piloto brasileiro a voar nos céus do Brasil no dia 8 de março de 1912, na cidade de Santos. Neste período teve a oportunidade de voar em companhia do aviador francês Roland Garros na breve estadia deste no Brasil. Criou a primeira escola de aviação do país em Guapira São Paulo onde empregou aviões trazidos da Europa.
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