Não é só um risco andar por determinados lugares e vê-lo subtraido por alguém de moto ou bicicleta e mesmo correndo pelas ruas. Esse tipo de ladrão, em número cada vez maior, sabe que além do valor do aparelho, a ação criminosa pode resultar no domínio completo da sua vida pessoal. Aí mora o grande perigo.
Só na nossa cidade, foram 58.893 casos registrados no período janeiro-junho. No ano passado, no mesmo semestre aconteceram 6.150 casos. A bandidagem mostra que adotou novo estilo para atacar, migrando de áreas como as regiões dos jardins e a central, para lugares de maior fluxo de pessoas. Uma das opções da fauna criminal é agir, em grande parte dos roubos e furtos, a cerca de 250 metros das estações do metrô. O objetivo principal, depois de se apoderarem de smarthfones, é acionar dispositivos para transações bancárias. São muito rápidos nesse método, causando grandes prejuízos e instalando medo permanente nas vítimas. Está acontecendo em larga escala em volta da estação República, onde são conectadas as linhas 3 (Vermelha) e 4 (Amarela). A incidência também é igualmente alta nas imediações da Paulista e da Consolação.
A escolha dos pontos favoritos desse tipo de ladrão se deve ao fato dessas regiões apresentarem um grande número de transeuntes: áreas comerciais e horários noturnos, pela frequência de bares, restaurantes e casas de lazer. Destacam-se motoboys armados, rodando com se fizessem entrega de alimentos. Além de acesso às contas bancárias, a bandidagem se aproveita de ter em mãos o aparelho para conectar aplicativos de compras e cartões de crédito. Os prejuízos podem ser bem grandes. Precavidas, muitas pessoas estão usando dois aparelhos, sendo um deles exclusivo (fica em casa) para fazer transações bancárias em segurança.
Para evitar a impunidade do crime, a Prefeitura implantou um sistema preventivo de monitoramento, o Smart Stampa, com 31 mil câmeras na cidade – o que permite a identificação por meio de reconhecimento fácil e leitura de placas de veículos. Até o começo desta semana, houve a captura de 1.639 foragidos, 3.100 prisões em flagrante e localização de 80 desaparecidos. Por incrível que pareça, já temos energúmenos de plantão questionando o sistema por “invasão de privacidade”. É cômico: se hoje existem câmeras de vigilância por toda parte, por que não a Guarda Civil Metropolitana, fazendo excelente serviço?
Cuide-se!
*Jornalista e escritor