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Terça-feira, 15 de Outubro de 2024
A pátria do evangelho

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A pátria do evangelho

Colunista Paulo Eduardo de Barros Fonseca

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A história é uma ciência que, baseada em provas materiais, estuda o homem e sua ação no tempo e no espaço, portanto, significa o conhecimento advindo da investigação. Do conjunto histórico que envolve o desenvolvimento do Brasil, desde o chamado descobrimento, é possível assimilar um viés ampliado acerca da missão que lhe foi atribuída. Como salientado no livro Coração do Mundo - Pátria do Evangelho, “desde os primórdios da história pátria um dos traços característicos do povo brasileiro é o seu profundo amor à liberdade. A largueza da terra e o infinito nos horizontes dilataram os sentimentos de emancipação em todas as almas chamadas a viver sob a luz do Cruzeiro”. 

Ao celebrarmos os 202 anos do ato heroico de Dom Pedro de Alcantara, posteriormente Dom Pedro I, ou Pedro IV em Portugal, homem que libertou dois país e os auxiliou na propagação dos ideais liberais, é de se lembrar que seu “grito” de liberdade foi um brado de esperança ao mundo com o nascimento de uma nação livre que pacificamente alcançava sua emancipação política ao deixar de ser colônia do reino de Portugal. 

  Esse sentimento se amplia quando refletimos sobre a forma amistosa como todos os povos do planeta aqui são recebidos, vivendo e convivendo em fraternidade. Nem mesmo tempos difíceis como estes que estamos vivenciando, que geram momentos de incerteza e preocupação, têm capacidade de abalar a verdadeira vocação do país que se caracteriza por vivenciar o Evangelho e demonstrar ao mundo que é possível colocar em prática o ensinamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". 

Há de se lembrar que mesmo tendo se tornado uma nação soberana o Brasil manteve intacta sua vocação natural de agregar e congregar pessoas de todo mundo, bem como de respeitar as convicções religiões de cada um. Mais ainda, fazendo uma comparação histórica com outros povos do mundo, percebermos que em nosso país as reivindicações das mais diversas ordens são superadas no caminho do entendimento, da união e da paz. Igualmente, as divergências, normalmente, são tratadas no campo das ideias, do respeito, do diálogo e pela ação generosa da compreensão sempre na direção do amor e do bem de todos. 

Essa é a postura que se espera do povo da Pátria do Evangelho que, como tão bem representa a estátua do Cristo Redentor, símbolo da religiosidade brasileira, a todos acolhe de braços abertos. O Brasil, a nossa pátria, é um pouco de cada um de nós, mas, sobretudo, é o local em que nosso coração declama, a mente anseia, a gratidão se expressa e o amor se aprofunda. 

A celebração da Semana da Pátria é oportunidade para acender nas mentes e corações de todos o desejo de se dedicar a uma complexa tarefa: qualificar a cultura cidadã da nação e, assim, transformar o Estado.  

É um tempo, portanto, de romper com a mediocridade, de se buscar o bem comum e inspirar o compromisso civilizatório para se alcançar novas dinâmicas e respostas para que a pátria não continue a sofrer, deitada em “berço esplêndido”, as consequências dos privilégios intocáveis, das inaceitáveis e abomináveis práticas comuns que alguns buscam implementar.  

Com consciência ética e a participação cidadã é tempo de se ter coragem para celebrar a independência moral, ética e espiritual do nosso Brasil e de levarmos ao mundo a lição do amadurecimento da consciência político-social do povo da Pátria do Evangelho. 

Esta é a lição que compete ao povo brasileiro.  

Esta é a missão do Brasil, a Pátria do Evangelho. 

Paulo Eduardo de Barros Fonseca 

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