O comandante de Policiamento de Trânsito do Estado de São Paulo, coronel PM Edmilson Colonello juntamente com o tenente-coronel da PM Paulo Oliveira, visitaram na terça-feira, dia 7 de maio, a sede do jornal e foram recebidos pelo jornalista responsável do Semanário da Zona Norte, João Carlos Dias.
Na ocasião, o coronel PM Colonello concedeu entrevista ao jornalista onde abordaram vários assuntos, entre eles, a trajetória na Polícia Militar do Estado de São Paulo, o papel da instituição para a sociedade, a relação entre a Polícia Militar e as outras Polícias e a Justiça e a importância das mídias regionais, em especial o Semanário da Zona Norte.
Confira na íntegra a entrevista.
JSZN: Qual a sua formação e como foi seu início e trajetória na Polícia Militar do Estado de São Paulo até chegar ao Comando de Policiamento de Trânsito?
Cel. PM Colonello: Tenho nível Superior em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco (1989-1993), Mestre e Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, formado no Centro de Altos Estudos (CAES) da Polícia Militar do Estado de São Paulo, respectivamente, nos anos de 2012 (mestrado) e 2016 (doutorado).
Bacharel em direito pela Universidade Bandeirantes (1997-2001).
Declarado aspirante a oficial em 15 de dezembro de 1993, passei a servir no Comando de Policiamento Rodoviário, onde permaneci até o ano de 2014, quando fui promovido ao posto de major . Exerci no Comando de Policiamento Rodoviário a função de comandante de Pelotão, de 1993 à 1996, a função de Oficial de Justiça e Disciplina de 1996 à 2008, quando fui promovido ao posto de capitão PM. Nesse posto, passei a exercer a função de Chefe da Unidade Gestora Executiva (UGE) do Comando de Policiamento Rodoviário, de 2008 à 2014.
No posto de major PM, fui designado Coordenador Operacional do 1º BPTRAN, tendo permanecido nesta função até o início do ano de 2017, ocasião em que assumi, ainda no posto de major PM a função de chefe da divisão Administrativa do CPTran, permanecendo até maio de 2018.
Em 2018, promovido ao posto de tenente-coronel PM passei a exercer a função de adjunto do Coordenador Operacional da Polícia Militar do Estado de São Paulo, permanecendo nessa função até a minha promoção ao último posto do nosso Oficialato, em 3 de Março de 2021.
Como coronel da Polícia Militar, fui classificado inicialmente com Chefe do Estado maior do Comando de Policiamento da Capital e no dia 19 de junho de 2021, designado comandante do CPA/M-7 (Guarulhos e região), função em que permaneci até o dia 4 de janeiro de 2023, ocasião em que fui designado comandante do CPTran.
Exerci também a condição de Conselheiro do Cetran (Conselho Estadual de Trânsito) do Estado de São Paulo, Órgão Normativo, Consultivo, Recursivo e Coordenador do Trânsito no Estado de São Paulo, nos termos estabelecidos pela Lei 9.503/97, nos biênios consecutivos de 2009 a 2020.
JSZN: O Sr. se inspirou em alguém da família?
Cel. PM Colonello: Sim, meu tio e padrinho de batismo, que era oficial do Corpo Musical da Polícia Militar, o maestro tenente-coronel PM João Antão Fernandes.
JSZN: O que significa para o Sr. comandar o Policiamento de Trânsito? Qual sua expectativa?
Cel. PM Colonello: Para mim, que tive uma vida profissional dedicada à área de trânsito, já somando 27 anos nessa área de atuação, sempre foi um grande sonho, realizado com a confiança, em mim depositada, do nosso secretário de Segurança Pública Guilherme Muraro Derrite e também do nosso comandante–geral coronel PM Cássio Araújo de Freitas, logo em que assumiram as suas respectivas funções, a quem aproveito para agradecer a oportunidade. Minha expectativa é a de contribuir sobremaneira para a geração de um trânsito mais seguro nas vias públicas, com a redução dos indicadores de sinistralidade.
JSZN: Quais ações o Sr. pretende implantar?
Cel. PM Colonello: Desde que assumi o Comando de Policiamento de Trânsito, temos focado na redução dos índices de sinistralidade, em especial aqueles relacionados em eventos mais gravosos (que resultam mortes e lesões graves). Para tanto, desenvolvemos trabalhos em várias frentes, tais como:
- palestras educativas direcionadas a diversos públicos, como condutores de motocicleta, condutores de coletivos, condutores de veículos automotores, pedestres na melhor idade, entre outros.
- Além disso, desenvolvemos atividades educativas em bares e restaurantes da cidade, com o objetivo de mostrar aos cidadãos o funcionamento do etilômetro e da importância de não ingerir bebidas alcoólicas, se for dirigir.
- E ainda, desenvolvemos um trabalho educativo nas escolas, com o mote “educando nossas crianças para o futuro”. Esse projeto possui uma parceria com o Detran/SP e é composto pelo, projeto “Bem te Vi “e pelo projeto “Teatro de Fantoches”, ambos destinados a ensinar as nossas crianças comportamentos seguros no trânsito.
- Já em relação ao exercício de nossa atividade operacional, trabalhamos com o desenvolvimento de um Plano de Policiamento Inteligente para o trânsito, onde estudamos as vias com maior índice de sinistralidade e as suas prováveis causas determinantes, para o desenvolvimento de ações preventivas, com foco a evitar a ocorrência desses sinistros. Após esse detido estudo, elaboramos às nossas patrulhas, os cartões de prioridade de patrulhamento, estabelecendo o plano de trabalho orientado para o cumprimento das missões que devem ser desenvolvidas por todo o nosso efetivo, em seu dia de trabalho, sejam elas operações ostensivas de visibilidade ou de alguma operação específica a ser desencadeada, com foco na segurança viária e redução da sinistralidade.
Por fim buscamos o aperfeiçoamento constante de nosso efetivo, com a disseminação de cursos de especialização de oficias e de praças em trânsito urbano, além do estágio de aprimoramento profissional anual obrigatório, pelos quais passam todo o nosso efetivo. Acreditamos que a excelência na prestação do serviço público somente pode ser obtida com treinamento e capacitação constantes.
JSZN: Durante sua carreira, quais casos que o senhor participou, mais lhe chamaram a atenção?
Cel. PM Colonello: Na minha trajetória profissional atuei em várias situações graves, mas as mais emblemáticas, foram com certeza, naquelas ocasiões em que os sinistros geraram mortes das pessoas ou lesões graves, com amputação de membros entre outras situações, aliado ao fato de que em muitas dessas situações, as vítimas não foram os verdadeiros causadores do acidente. Situação muito triste para a família e aos próprios vitimados. Por essa razão trabalho tão intensamente com o foco na educação para o trânsito, com o objetivo de conscientizar a todos para a condução dos veículos de maneira segura e defensiva.
JSZN: Quais as estratégias e ações que o senhor pretende adotar em sua gestão no comando de Policiamento de Trânsito?
Cel. PM Colonello: Além das questões anteriormente mencionadas, voltadas à educação e treinamento, estamos focando nossas ações em seis frentes de fiscalização, que impactam diretamente na gravidade dos sinistros de trânsito, sendo elas:
- Operação Alcoolemia – que visa coibir condutores embriagados ou sob a influência de álcool de conduzirem veículo na via pública;
- Operação MECS (mal estado de conservação e segurança veicular, destinado a todos os tipos de veículos – automóveis, caminhões e motocicletas), fator esse gerador de muitos sinistros nas vias;
- Fiscalização do uso de capacete pelos motociclistas;
- Fiscalização de velocidade no uso da via pública, fator que se desrespeitado tende em aumentar em muito a gravidade dos sinistros;
- Uso do cinto de segurança na condução de veículos automotores; e
- Uso dos dispositivos de retenção para a condução de crianças.
JSZN: Como o Sr. analisa o papel da Polícia Militar para a Sociedade?
Cel. PM Colonello: A Polícia Militar é um órgão de Estado, extremamente importante para a população. Um órgão que está à disposição da sociedade 24 (vinte e quatro) horas por dia, nos 645 (seiscentos e quarenta e cinco) municípios do Estado de São Paulo, bastando uma ligação ao telefone 190, para que ela seja prontamente atendida em sua demanda.
JSZN: Uma das grandes preocupações da população é o fluxo de trânsito, como solucionar o problema?
Cel. PM Colonello: O problema da mobilidade é uma situação que aflige os grandes centros urbanos. Quanto mais uma cidade se desenvolve, mais forte ela fica economicamente e com esse desenvolvimento, caminham juntos a construções de mais edifícios, e portanto mais moradores na cidade, vendas de mais veículos que transitarão nas vias públicas, e sem muita possibilidade de expansão viária. Acredito que devamos, nesses grandes centros apostar no desenvolvimento de transportes públicos de qualidade, capazes de transportar grande volume de pessoas em todas as direções, sem impactar o viário, como já acontece em muitos países europeus.
JSZN: Como funciona a relação entre a Polícia Militar e as outras Polícias e a Justiça?
Cel. PM Colonello: Funciona de maneira absolutamente harmônica, técnica e profissional.
JSZN: Qual a importância das polícias comunitárias e dos Consegs?
Cel. PM Colonello: Os Consegs são ferramentas de grande importância para a Polícia Militar. Por meio deles, a sociedade cria voz e pode se comunicar com o Órgão Estatal para ver suas demandas e necessidades plenamente atendidas. O Policiamento Comunitário é o responsável por estabelecer esse elo de ligação entre a Polícia Militar e a sociedade.
JSZN: Qual a importância das mídias regionais, em especial o Semanário da Zona Norte?
Cel. PM Colonello: As mídias regionais são de grande importância, pois é por meio delas que conseguimos nos comunicar com a sociedade e expor o trabalho que vem sendo realizado pela Polícia Militar, que muitas vezes não são de conhecimento da sociedade. Lembrando que a Polícia Militar do Estado de São Paulo está absolutamente focada em prestar um serviço público de qualidade a todos os integrantes de nossa sociedade.
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