O jornal Semanário da Zona Norte realizou na terça-feira, dia 18 de outubro, um jantar no Novotel Center Norte, em homenagem as secretárias municipais de Gestão e Justiça de São Paulo, Marcela Arruda e Eunice Aparecida de Jesus Prudente
Confira com exclusividade a entrevista das secretárias concedida ao jornal Semanário da Zona Norte.
Secretária Municipal de Gestão Marcela Arruda
JSZN: O que motiva uma profissional de relevo na advocacia brasileira a assumir o cargo de secretária de Gestão do Município?
Secretária Marcela: A vontade de contribuir com o contínuo aperfeiçoamento da gestão pública da nossa Capital.
Em razão da minha atuação na advocacia e dos estudos de temas conectados à gestão e políticas públicas compreendo a relevância do exercício da função administrativa e da boa governança. Então, a possibilidade de sugerir inovação no modelo de gestão e também de aprender com as experiências dos servidores e gestores públicos complementam os motivos para o aceite do cargo.
JSZN: Qual a importância da Secretaria para a população?
Secretária Marcela: O desempenho da Secretaria Municipal de Gestão traz benefícios diretos e indiretos à população, uma vez que ao elaborar políticas de interesses comuns aos demais órgãos tem a oportunidade de contribuir para uma governança mais eficiente, possibilitando o aumento da capacidade de resposta e confiabilidade da população nos órgãos públicos.
Além disso, a Secretaria de Gestão, por meio de sua Escola de Governo (EMASP), promove a capacitação dos servidores, ação que pode impactar a melhoria da qualidade da prestação de serviços públicos aos cidadãos.
Também é atribuição da Secretaria de Gestão promover a saúde dos servidores, contribuindo para que estejam aptos a desempenhar funções relevantes ao bom funcionamento dos serviços municipais.
JSZN: Sua secretária adjunta e chefe de gabinete também são mulheres. Isso é coincidência ou há algum motivo?
Secretária Marcela: Quando pensei em pessoas para integrar o time, pensei em competências específicas e necessárias para uma Secretaria de Gestão, naquele momento as duas mulheres escolhidas atenderam os requisitos para complementar o desempenho da Pasta.
Na Prefeitura identifico a valorização das lideranças femininas e um aumento constante de mulheres em posições de destaque.
JSZN: Fale um pouco sobre sua trajetória profissional até chegar à Secretaria de Gestão.
Secretária Marcela: Em 2004, antes de finalizar a faculdade de Direito, fui contratada por um Instituto de Políticas Públicas, onde tive a oportunidade de participar de projetos que visavam o aperfeiçoamento de políticas e modernização da gestão pública. Foi nessa época que decidi que meus estudos seguiriam na direção do direito público com foco no direito administrativo. No último ano da faculdade iniciei estágio no escritório Rubens Naves, Santos Jr. Advogados, no qual fui efetivada e posteriormente convidada para o quadro de sócios. Fiz especializações em direito administrativo (PUC/SP), constitucional (ESA/OABSP) e eleitoral (EJEP/SP) e mais recentemente finalizei o mestrado em gestão e políticas públicas (FGV-EAESP). No escritório atuei diretamente nos temas da minha especialização, com destaque para demandas que envolvem as parcerias entre o Poder Público e os particulares, incluindo as defesas no Judiciário e nos Órgãos de Controles. Além da coordenação da equipe dos temas contencioso administrativo, também integrei a diretoria executiva do escritório. Nos últimos anos também integrei Conselhos de entidades sem fins lucrativos, entre elas, a Transparência Brasil, a Associação Santo Agostinho, o Centro de Estudos das Sociedades de Advogados, funções suspensas para o exercício da função pública.
JSZN: Qual a expectativa em assumir a Secretaria de Gestão?
Secretária Marcela: Conforme respostas anteriores, a expectativa é a de contribuir para uma gestão pública inovadora e cada vez mais eficiente para a cidade de São Paulo.
JSZN: Quais as matérias sob sua responsabilidade? Em suma, o que a Secretaria de Gestão faz e quais são as atribuições específicas da Secretaria?
Secretária Marcela: A Secretaria tem entre suas finalidades a formulação e gestão das políticas e diretrizes comuns a todas as Secretarias, Subprefeituras e demais órgãos da Prefeitura de São Paulo relacionadas aos temas de bens e serviços, desenvolvimento institucional, gestão de pessoas, gestão documental, saúde do servidor, monitoramento das parcerias com o terceiro setor e gestão do patrimônio municipal.
A título exemplificativo destaco algumas políticas e diretrizes elaboradas pela Secretaria: as de compras e contratações de serviços (licitações), que estabelecem padrões de editais, contratos relacionados à aquisição de suprimentos; de gestão documental; de gestão do patrimônio público; bem como, a política municipal de gestão de pessoas, que estabelece os novos concursos públicos da Administração Direta, estágios, avaliação de desempenho, entre outras ações.
A Secretaria de Gestão também é a gestora da organização das publicações no Diário Oficial do Município.
JSZN: A Secretaria de Gestão tem independência na execução das políticas públicas já indicadas pelo chefe de executivo ou há participação direta do prefeito na gestão?
Secretária Marcela: Sim. A Secretaria de Gestão formula as diretrizes e executa aquelas próprias da sua competência, como, por exemplo, gestão de pessoas. A execução das diversas políticas públicas, incluindo aquelas criadas com apoio da SEGES, é de competência de todas as Secretarias e demais órgãos da Prefeitura. O prefeito é participativo e presente na construção de soluções, respeitando as autonomias conferidas às Secretarias.
JSZN: Quais as prioridades de sua Secretaria?
Secretária Marcela: A modernização e valorização de carreiras são ações contínuas da gestão e sempre estão entre as prioridades. No momento, a regulamentação e implementação da nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos, a capacitação dos servidores, bem como a continuidade da desburocratização de procedimentos relacionados à gestão documental também integram as principais prioridades.
JSZN: Quais os projetos que estão na pauta para o aperfeiçoamento da administração pública?
Secretária Marcela: São vários os projetos, muitos estão relacionados à modernização das carreiras públicas e valorização dos servidores e já possuem ações iniciadas pelo prefeito Ricardo Nunes, a serem continuadas. De modo geral, destaco os seguintes: (a) o aprimoramento dos métodos necessários ao cumprimento dos objetivos da Secretaria, a partir do redesenho de políticas e estruturas internas ; (b) a atualização e implementação de ferramentas tecnológicas para a modernização dos pilares da gestão de pessoas, de bens e serviços, do patrimônio público, das parcerias e da gestão documental; (c) o fortalecimento da governança da área de bens e serviços para a implementação das novas diretrizes da Lei de Licitações e Contratos Administrativos, cuja regulamentação tem participação e apoio da Secretaria de Gestão; (d) a desburocratização e o aperfeiçoamento do monitoramento das parcerias com o terceiro setor, incluindo a capacitação dos servidores que atuam com esse tema; (e) a reestruturação da Escola de Governo para capacitação das lideranças com foco na modernização da administração pública; e (f) a modernização do atendimento dos servidores com necessidade de perícias médicas.
JSZN: O que mais deseja ver realizado e concluído antes do término da sua gestão na Secretaria de Gestão?
Secretária Marcela: Vários projetos já foram iniciados e estão caminhando com cronogramas de execução para os dois próximos anos, mas destaco a implantação das diretrizes da nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos, é possível que a nossa equipe da central de compras esteja reestruturada no começo de 2023. Ao mesmo passo estamos agilizando as ações para capacitação dos servidores que atuam no tema de compras públicas, com a melhoria do sistema de gestão de contratos. O aperfeiçoamento do programa de estágios e outros relacionados às pessoas, bem como a abertura de novos concursos e a estruturação da área de monitoramento das parcerias terceiro setor são temas também possíveis nos próximos períodos.
JSZN: Como foi o convite para assumir a Secretaria de Gestão e como é enfrentar este desafio?
Secretária Marcela: Foi uma grata surpresa. Estava praticamente finalizando o mestrado em gestão e políticas públicas, repleta de reflexões sobre o tema. Ter a oportunidade de participar da gestão da cidade de São Paulo e na Pasta que organiza temas comuns aos demais órgãos da Prefeitura é uma experiência enriquecedora. O desafio é um estímulo cotidiano na busca de soluções para as diversas necessidades apresentadas à complexa gestão de um município tão diverso quanto São Paulo.
JSZN: O que a sra. pretende comunicar aos cidadãos de nosso Município em relação à sua pasta?
Secretária Marcela: A comunicação necessária à sociedade é a transparências das ações em curso para a organização da gestão dos temas relacionados nas respostas anteriores, permitindo a visualização de uma gestão com foco na eficiência e em resultados relevantes ao atendimento ao cidadão, objetivando uma melhoria na sua qualidade de vida.
JSZN: O fato de ser mulher pesa ao ocupar cargo de destaque no executivo? De que forma?
Secretária Marcela: Sempre tive a oportunidade de estar ao lado de líderes que valorizam as lideranças femininas. Assumi, ainda muito jovem, posições de liderança e sei das dificuldades culturais ainda existentes e, por isso, vejo nesse cargo a possibilidade de influenciar, com maior alcance, outras mulheres que, muitas vezes, não são lembradas em primeiro plano quando a sociedade e/ou empresas pensam o preenchimento de posições mais altas.
JSZN: Qual a importância das mídias regionais, em especial o jornal Semanário da Zona Norte?
Secretária Marcela: Os veículos que propagam informação de utilidade pública são de extrema relevância para o conhecimento e publicidade de atos essenciais para a sociedade. O jornal Semanário da Zona Norte divulga notícias de grande interesse público. Vejo especial atenção do Editorial no compartilhamento de informações relacionadas à saúde, habitação e ações do Poder Público que dizem respeito à resolução de problemas da região. Da leitura do Semanário observo uma compilação cuidadosa de assuntos atinentes à cidade de São Paulo, em especial da Zona Norte.
Secretária Municipal da Justiça, Eunice Aparecida de Jesus Prudente.
JSZN: Fale sobre sua trajetória e cargos públicos ocupados em São Paulo antes de assumir a Secretaria de Justiça.
Secretária Eunice: A minha trajetória e atuação nos órgãos públicos foram sendo marcadas pelo meu ativismo em ações do feminismo negro. Os cargos a mim confiada a desempenhar atribuições foram:
. Diretoria Executiva da Fundação Procon-SP, em 2006;
. Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, em 2007 a 2008; novamente, pioneira na pasta secretarial como “mulher negra”.
. Diretora Técnica na Secretaria de Governo do Estado de São Paulo, em 2012 a 2020;
. Presidente do Conselho de Transparência da Administração Pública do governo do Estado de São Paulo, em 2018;
. Atual secretária Municipal de Justiça de Paulo, desde 2021; uma gestão que iniciou com o saudoso Bruno Covas, prefeito de São Paulo e contínua com o nosso prefeito Ricardo Nunes.
JSZN: Como foi ser a primeira professora do curso de Direito da USP?
Secretária Eunice: Gostaria de começar a responder ressaltando que estou lecionando há décadas e atualmente sou como professora sênior da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Ainda sou a primeira professora preta a lecionar na faculdade. Não foi e não é tarefa fácil está na mais antiga academia jurídica brasileira, com contribuições para a formação de graduação, de mestres, de doutores e de pós-doutores em diversos outros países, por intermédio dos intercâmbios. Com trabalho pleno e contínuo estou desde da implantação (em 2018) à frente da disciplina Gênero e Etnia, que foi a primeira da FDUSP a fazer uma intersecção entre as questões de gênero e as pautas raciais.
JSZN: Como o fato de ser mulher, negra, ativista de movimentos de igualdade e direitos humanos influenciou sua trajetória?
Secretária Eunice: Acredito que a trajetória é fruto do princípio e origem. A começar pelos meus avós que foram da Frente Negra Brasileira. Sou filha de um metalúrgico e uma tecelã, criada em meio à luta da Juventude Operária Católica (JOC). Desde cedo as contribuições na minha formação me levaram a desenvolver a consciência crítica racial. Já que cresci, percorri e continuo com as lutas de direitos fundamentais abolicionista pela negritude com visão da sociedade igualitária. Devemos todas e todos, incluindo governantes, representantes e instituições abraçarem a causa de se posicionar contra a discriminação racial. O racismo existe no comportamento e no estrutural e persistindo provocando a destituição da sociedade. Se cuidarmos disso e levarmos sobretudo para a educação e a formação das brasileiras e dos brasileiros, talvez possamos, em pouco mais de uma década, avançar e vencer etapas de tudo isso.
JSZN: A tese de sua autoria, de 1980, que propôs a criminalização da discriminação racial, foi bem recebida na época que foi publicada?
Secretária Eunice: O cenário da década de 1980 não era nada favorável em ações e espaços de direitos fundamentais com ênfase em crítica racial, a minha tese seguiu com a identificação e vinculação ao racismo como condutas discriminatórias, baseadas na raça. Onde apresentei por argumentações cientificamente a necessidade da criminalização do racismo, aprovada exatamente em 1980 e publicada no livro “Preconceito Racial e Igualdade Jurídica: a cidadania negra em questão”, em 1989. Um árduo trabalho de pesquisa, que honrosamente recebi a orientação do saudoso jurista, professor emérito da FD USP, Dalmo de Abreu Dallari, que nos deixou neste ano. E, acredito que a minha vocação como docente, advogada, feminista, abolicionista pela negritude tem muito dos ensinamentos, comprometimentos com direitos humanos e a busca pela igualdade como compromisso de vida que o professor Dallari expressou e ensinou. O professor Dallari tomou pela mão cada um dos seus alunos, dos seus colegas docentes e carregou para frente. Mas como eu e outros alunos negros do professor Dalmo Dallari muitas vezes ele precisou levar no colo. Por o racismo ser tão desumano que alcança todos que defendem os direitos humanos e Dalmo Dallari em nossa defesa, muitas vezes, foi constrangido, foi também descriminado. Mas, a nossa jornada é e continuará fundada nos direitos fundamentais com contribuições para as questões sociais mais profundas do país.
JSZN: O que deseja mais ver realizado antes do término de sua gestão na Secretaria de Justiça?
Secretária Eunice: No âmbito de assessoramento de propostas que a Secretaria Municipal de Justiça vem atuando e encaminhando pertinentes assuntos com a gestão do prefeito Ricardo Nunes, temos uma forte presença em Justiça Social em formatos de atividades, parcerias e realizações que já veem acontecendo amplamente com as demais secretarias. Nós, da Secretaria da Justiça, desejamos ampliar e levar para mais pessoas o que denominamos de “Formação de Lideranças”, onde atuamos como gestores para instruções de lideranças comunitárias, bem com entidades que ainda não contam com plena regularidade jurídica, a se capacitarem para formalizar parcerias com as diversas Secretarias do Município de São Paulo. Assim, quanto mais avançarmos na formação, como ação para aproximar o poder público e a sociedade por parcerias e capacitação que favoreçam a emancipação social, a cidadania e a construção de uma sociedade mais justa e sustentável, fortaleceremos os futuros parceiros municipais na execução das políticas públicas.
JSZN: Qual é a função da Secretaria da Justiça? Quais são as suas atribuições?
Secretária Eunice: A Secretaria Municipal de Justiça tem por finalidade promover e manter relações institucionais com os órgãos do Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Tribunal de Contas e com outras entidades ligadas à Justiça, bem como definir o posicionamento político-institucional relativo a temas de especial relevância para a Administração Pública Municipal executar atividades compatíveis e relacionadas com a sua área de atuação.
Como atribuições a Secretaria Municipal de Justiça tem internamento divisões que atuam no assessoramento e representatividades que propõem os encaminhamentos necessários nos assuntos relacionados à sua área de atuação; elaborando a leitura técnica, análises e fundamentos em estudos e notas específicas que sirvam de base às decisões, determinações e despachos das unidades; promovendo iniciativas e estudos de boas práticas relacionadas ao aprimoramento do controle interno, do gerenciamento de riscos e da transparência; atendendo a demandas de órgãos internos e externos de controle e auditoria, bem como requisitando informações e orientando estruturas na tramitação interna de questionamentos e denúncias.
Como destaques podemos citar: Com mais de 50 representações em conselhos municipais, comissões representativas, frentes municipais, grupos técnicos, entre outros.
Com análises de processos administrativos. E ao lado da sociedade, a Secretaria Municipal de Justiça contribui para a definição dos planos de ação da cidade por meio de reuniões periódicas e discussões. Cada conselho atua de maneira diferente, de acordo com a realidade local e com a sua especificação.
Conselhos atuando ao acesso à informação, base de dados, governança, infraestrutura, urbanismo, educação, saúde, trabalho, cultura e a atenção total às crianças e adoslescentes. Proteção, cuidados na saúde e ações afirmativas de mulheres e idosos.
JSZN: O que a sra. pretende comunicar aos munícipes em relação à sua pasta?
Secretária Eunice: Como tenho formação em Direito Constitucional e sabemos da importância do Direito Público, temos que enfatizar sem obstáculos a relação valiosa quando temos servidores, funcionários e a população paulistana acompanhando a gestão pública. Provavelmente o aspecto mais desafiador de qualquer setor e estrutura pública é saber comunicar e aproximar de todas e todos. Já que o acesso à informação e ao conhecimento não é apenas um direito previsto na Constituição Federal, que só deve ser pensando no território nacional, mas sim um direito fundamental individual e coletivo de extrema importância, que acontece em municípios e Estados, possibilitando a inserção na vida social e profissional com o desenvolvimento das suas capacidades e vontade, bem como visa a instrumentalizar o exercício da cidadania, o qual é o pilar da democracia.
JSZN: Qual a importância da Secretaria para a população?
Secretária Eunice: A importância da Secretaria Municipal de Justiça é contribuir na administração e proporcionar caminhos e instrumentos para o prefeito Ricardo Nunes implantar as diretrizes para as efetivas ações, atividades e políticas públicas. E, foi recentemente entregue na Câmara Municipal de São Paulo o Plano de Metas 2021 – 2024, com as prioridades da gestão para a cidade nos próximos anos. O Plano traz com louvor e ressalta o objetivo de diminuir a desigualdade social na cidade, por meio de programas e atendimentos envolvendo todas as secretarias.
JSZN: Qual a participação da Secretaria de Justiça nas ações afirmativas e relativas à igualdade, direitos humanos, etc?
Secretária Eunice: Temos na cidade de São Paulo a Expo Internacional Dia da Consciência, Negra programada para o próximo mês, sendo uma ação concebida na política pública “São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural”, parceria das secretarias municipais de Relações Internacionais e de Educação para estimular o debate e engajar a população no combate a esse tipo de preconceito.
A Secretaria Municipal de Justiça, entre outras Secretarias, está programando participação na Expo Internacional Dia da Consciência Negra para demonstrar por meio de exposições presenciais e em ambiente virtual as necessidades de tornar acessível o Direito e suas múltiplas informações sobre caminhos pacíficos e legais na luta contra violências racistas. As informações serão levadas ao público da Expo Internacional por meio de vídeos, palestras e com muitos diálogos.
JSZN: A sra. se entende como personalidade que marcou a luta pela igualdade de direitos?
Secretária Eunice: Tenho quase certeza de que a luta pela igualdade de direitos acarretou muitas mudanças nas últimas décadas e temos muitas pessoas para mencionar como personalidade e formadores de uma sociedade igualitária, como não poderia deixar de ser. Temos agora em 2022 mais disponibilidades de dados e informações para denunciar, expor, apurar e fazer valer os direitos humanos. Com ênfase sobre diversidades, principalmente sobre as condições das mulheres negras; as legislações vigentes envolvendo os crimes de racismo e as políticas afirmativas. Com a atuação de importante parcela de cientistas sociais e com representativos e mobilizadores da justiça, eu segui com os meus pares acadêmicos, gestores e povo nas pesquisas e análises das diferenças e desigualdades sociais, as relações étnico-raciais, o negro na ordem jurídica brasileira, direitos coletivos — difusos e individuais homogêneos, advocacia pelos direitos humanos fundamentais, feminismo, participação popular e planejamento. Sendo, as minhas lutas e as minhas contribuições à sociedade.
JSZN: Comparado ao Brasil de hoje, com a época da publicação da tese na década de 1980, o que mudou para a mulher brasileira?
Secretária Marcela: Para esta comparação entre a década de 1980 e o ano de 2022 devemos fazer uma cronologia da legislação. Enfatizando que a lei que torna racismo crime completou 33 anos. A Lei n.º 7.716 foi assinada em 5 de janeiro de 1989. Com a aplicação quando o indivíduo agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma etnia de forma geral.
E, como decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), recente, aconteceu em outubro de 2021, entende-se que a injúria racial, que está especificado no Código Penal - artigo 140, terceiro parágrafo, deve valer e enquadrar como crime inafiançável, uma ou mais vítimas quando são ofendidas pelo uso de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião e origem.
São prerrogativas prevalecendo direitos constitucionais para criminalizar o racismo e infelizmente com crescente e recordes números de registros de ocorrências nos órgãos de Justiça e Cidadania sobre a prática de racismo e injúria racial. E, quando se observa esta situação para mulheres e meninas negras, jovens e de minorias étnicas, os crimes estão latentes e com associações de mais formas de violência. Sendo lamentável já que ninguém nasce racista, isso é uma construção social.
Especialmente:
+ A Mulher e o Direito Penal Brasileiro:
Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei nº 11.340/06 trouxe um cenário de esperança. A legislação – que criou mecanismos para enfrentar e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
+ Combate ao Infanticídio.
JSZN: Qual a importância das mídias regionais, em especial o jornal Semanário da Zona Norte?
Secretária Marcela: A importância das mídias está na sua função de informar aos cidadãos a compreender quaisquer temas que envolvem o cotidiano e o viver em sociedade. Ao pensar em mídias regionais, em especial o jornal Semanário da Zona Norte, temos uma demonstração de como é fundamental a liberdade de expor e comunicar para todas e todos. Sendo um jornal com mais assuntos que atenderão ao público e suas rotinas que formam a região da Capital paulista definida como Zona Norte, com os seus bairros históricos: Casa Verde, Cachoeirinha, Limão, Brasilândia, Freguesia do Ó, Jaçanã, Tremembé, Perus, Anhanguera, Pirituba, Jaraguá, São Domingos, Santana, Tucuruvi, Mandaqui, Vila Maria, Vila Guilherme e Vila Medeiros.
Presenças
O evento em homenagem as secretárias reuniu várias personalidades e convidados.
Mais de 100 pessoas participaram do jantar para prestigiar Marcela Arruda e Eunice Aparecida de Jesus Prudente, no Novotel Center Norte, em São Paulo.
Todos elogiaram o jornal Semanário da Zona Norte pela iniciativa e falaram da importância das mulheres em ocupar cargos de lideranças na Prefeitura de São Paulo.
Para o advogado Paulo Eduardo Fonseca, “o evento promovido pelo jornal Semanário da Zona Norte traz tudo que acontece na nossa sociedade. E as homenagens de hoje, na minha opinião, são muito justas e merecidas. A secretária Municipal de Gestão Marcela Arruda, embora jovem, é uma profissional brilhante na área do Direito. Ela tem contribuído muito na questão da Gestão na Prefeitura de São Paulo. Já a secretária de Municipal de Justiça Eunice Aparecida de Jesus Prudente, do mesmo modo, é uma profissional do Direito e professora. Ela tem uma história de vida magnífica, é a primeira mulher negra a ser professora de Direito na USP e foi secretária do estado de São Paulo. As secretárias Marcela e Eunice não estão ocupando seus cargos apenas porque são mulheres, mas por serem muito competentes. E o mundo começa entender a importância de termos pessoas competentes e capacitadas nos lugares certos que possam executar determinadas missões. Graças a Deus as pessoas estão com a mente aberta para este tipo de questão. E é por isso que estou muito feliz em participar desta homenagem.”
Para Carlos Romagnoli, presidente da Sociedade Veteranos de 32 “a secretárias Marcela e Eunice tem feito um trabalho espetacular na Prefeitura de São Paulo. E quem ainda não abriu os olhos para a competência das mulheres que olhem agora. Há muito tempo, a Sociedade Veteranos de 32 valoriza as mulheres porque realmente a capacidade e a sensibilidade feminina é algo que precisa ser valorizado hoje em dia”.
Já para Maurício Rodrigues Costa Polícia Científica ,superintendente da Polícia Técnico-Científica, “eu vejo o quanto é importante os cargos públicos serem administrados por mulheres. As secretárias Municipal de Gestão e Justiça de São Paulo, Marcela Arruda e Eunice Aparecida de Jesus Prudente assumiram cargos de relevância. Isso demonstra o quanto elas são capazes e extremamente conhecedoras das suas áreas de trabalho. Isso enaltece a qualidade do serviço. E essa iniciativa do João Carlos Dias em homenagear essas mulheres é magnífico e motivo de muita satisfação”.
Para o cel. PM Leandro Gomes Santana chefe de gabinete do comandante geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo “as secretárias são referenciais de uma atuação pública que preza pelo respeito às pessoas e pela eficiência no trabalho. São homenagens extremamente justas e o Semanário da Zona Norte desponta isso para a sociedade. É motivo de muito orgulho para nós da Polícia Militar participar deste evento tão especial”.
De acordo com o advogado João Baptista “a mulher foi criada por Deus e o homem sempre a colocou como segundo plano. Equiparada ao homem, a mulher tem sensibilidade e percepção sensorial de que os homens não tem. Elas se libertaram de muitas amarras e vieram para o mundo dos negócios e do mercado de trabalho. Hoje. Estamos homenageando duas mulheres extraordinárias. E uma delas, a secretária Eunice foi minha colega no Conselho Estadual da OAB. Ela é uma mulher que aprecio muito pela suas qualidades. E o Semanário sempre reconhece os valores. Cumprimenta por essa iniciativa”.
Para o desembargador José Renato Nalini “é muito importante que o João Carlos Dias continue a fazer esse evento que lembra das pessoas que cumprem com suas obrigações. Elas merecem pelo menos um Deus lhe paguem. Eu sou amigo da secretária Eunice e estou aqui principalmente por causa dela. E a secretária Marcela também admiro pelo seu protagonismo. E o Semanário mantem viva essa tradição em homenagear essas lideranças, pois, não é fácil ocupar cargos públicos no Brasil onde temos uma sociedade dividida em que há excesso de demandas. Somos gratos ao jornal por propiciar a todos aqueles que comulgam dessa opinião”.
Para Agapito Marques, comandante-geral da GCM, “é sempre um prazer participar dos eventos do João Carlos Dias. As secretarias Marcela e Eunice tem nos ajudado muito. Essa homenagem é muito justa. A mulher quando assume um papel importante ela tem um comprometimento muito grande. E as vezes elas exercem melhor do que o próprio homem. A mulher tem algo que o homem não tem que é a emoção”.
Segundo Alex Peixe, presidente da Cohab “o Semanário da Zona Norte sempre está presente nos momentos especiais das pessoas e também da cidade de São Paulo. A Eunice e a Marcela são secretárias competentes. Essa homenagem é muito justa para abrilhantar. Grande abraço a todos”.
Para a escritora e advogada Naile Mamed, “o João Carlos Dias valoriza as mulheres e coloca a mulher onde ela realmente deve estar que é aqui nesta homenagem cheio de aplausos. Escrevi recentemente um livro que fala muito da importância do trabalho da mulher. É uma glória ver mulheres sendo homenageadas. O que eu vejo mais no meu dia a dia são mulheres subjulgadas e humilhadas. E a gente fica muito feliz quando acontece um evento desta magnitude. O Semanário está de parabéns”.
Já para o Maurício Vieira Gama comandante do CPOR e diretor Colégio Militar “o João Carlos Dias faz isso com maestria e tudo em prol do bem comum. É uma satisfação muito grande estar aqui participando desta festa e homenagear essas duas secretárias”.
Já para Paulo Dimas, desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo “ graças ao João Carlos esses eventos acontecem e nos permitem estarmos juntos para homenagear pessoas importantes. Hoje é a homenagem de duas mulheres muito importantes para o município de São Paulo. É uma alegria estar aqui participando deste encontro. Mais uma vez parabenizo o Semanário da Zona Norte”.
Para o general Edson Massayuki Hiroshi, chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sudeste (CMSE) “para nós é uma satisfação participar deste evento promovido pelo Semanário da Zona Norte e enaltecer essas grandes figuras da nossa cidade de São Paulo. As secretárias Eunice e Marcela merecem essa homenagem”.
Para Marcos Batistela, presidente da Associação dos Procuradores Municipais da Cidade de São Paulo “é importante este tipo de evento para levar ao conhecimento do público o trabalho que essas duas Secretarias do Município desempenham e também duas personalidades fortes que são as secretárias Marcela e Eunice”.
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