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Terça-feira, 17 de Setembro de 2024
O fluxo da vida

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O fluxo da vida

Colunista Paulo Eduardo de Barros Fonseca

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A vida está muito longe de ser uma “ciência exata”. Aliás, nem mesmo a ciência é absolutamente exata, restando consensualizado nos meios acadêmicos que uma verdade científica será verdade até que outra verdade a ela se sobreponha. 

A vida é feita de movimentos inesperados, cheia de altos e baixos que nos levam a crer que muitas vezes precisamos estar preparados para nos livrarmos daquilo que planejamos, para vivermos aquilo que nos espera. É uma busca constante entre enfrentar imprevistos e lidar com perdas, decepções e frustações. 

Embora seja difícil para qualquer ser humano, a vida nos pede para que sigamos seu fluxo para que possamos superar as dificuldades, sem esmorecimento pelo desapontamento. Ninguém sabe os desígnios da vida, mas todos, ainda que intuitivamente, sabem que a vida tem um fluxo mais abrangente, que independe do nosso querer, da nossa vontade. 

Quando damos conta disso, ou seja, de que existem questões em nossas vidas que transcendem a nossa vontade, resta-nos a alternativa de crer que a vida nos reserva aquilo que precisamos e o melhor poderia acontecer. Superar o inesperado com boa vontade, além de ressignificar nossa vida, abre novas perspectivas e propicia perspectiva de bem viver. 

Nesse contexto é plausível afirmar que os desafios são intrínsecos à vida de todas as pessoas, de modo que, de um lado, a realidade, eventualmente nos frusta, surpreende e abala com questões que transcendem a nossa vontade e, ainda que momentaneamente, oscilamos na nossa marcha ascensional quando nos permitimos esmorecer; mas, de outro lado, há de se ter compreensão de que todos, indistintamente, enquanto seres em busca da melhora moral que um dia nos levará à verdade, somos falíveis mas podemos superar nossas limitações para desenvolver as nossas capacidades e potencialidades. 

Ao adaptar um pensamento de Sydney J. Harris, o romancista irlandês George B. Shaw realçou que “a vida não é encontrar a si mesmo, mas, é criar a si mesmo”, de modo que, estando atentos que a nossa vontade nem sempre prevalece é preciso, em qualquer situação, buscar sabedoria para que possamos enfrentar os desafios do cotidiano e saber lidar com o fluxo da vida e os seus movimentos inesperados que são inerentes a todos seres humanos. 

Ante as dificuldades da vida, toda pessoa pode e deve se desenvolver na razão (inteligência) e no sentimento (amor) buscando sua melhoria interior criando resistências morais. 

Mahatma Gandi ao dizer que “a minha fé, nas densas trevas, resplandece mais viva” nos remete às lições do Cristo, em especial quando nos lembra de que, em qualquer situação, é preciso “orar e vigiar”. 

Paulo Eduardo de Barros Fonseca 

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