“Estou ficando louco!” é uma frase proferida levianamente por muitas pessoas. Querem dizer que estão atormentadas por tantos compromissos, exigências e requisições. Modo de dizer. Mas, na verdade, o número de pessoas com transtornos mentais está aumentando. O mundo não está fácil. Como dizia José Saramago, quando comentavam que era muito pessimista, “não sou eu que sou pessimista! O mundo é que anda péssimo!”.
O crescimento das anomalias da consciência leva muitos estudiosos a aprofundarem as suas pesquisas. E a revista britânica “The Lancet”, uma das mais respeitadas do mundo, apresentou um relatório sobre a gênese do Alzheimer e de outras demências. Já se havia elaborado uma relação de doze fatores que representam risco a uma pessoa, tendencialmente a indicar que ela vá apresentar sintomas de Alzheimer e de outras enfermidades do pensamento.
Resultou dessa minuciosa pesquisa que quase metade das doenças neurodegenerativas pode ser prevenida. Isso orienta a prática médica a partir de evidências aferidas pela metanálise, ou seja, a análise com os dados obtidos em estudos prévios.
Os estudiosos envolvidos na pesquisa detectaram catorze fatores de risco, todos com evidências consistentes de participação no surgimento ou agravamento do Mal de Alzheimer.
Esses fatores são: 1. Baixo nível educacional; 2. Lesões graves na cabeça; 3. Falta de atividade física; 4. Fumo; 5. Consumo excessivo de álcool; 6. Hipertensão; 7. Obesidade; 8. Diabetes; 9. Perda de audição; 10. Depressão; 11. Falta de contato social; 12. Poluição do ar; 13. Perda de visão e 14. Colesterol alto.
Muitas dessas condicionantes, que levam a doenças mentais, podem ser administradas pelo próprio interessado. O baixo nível educacional pode e deve ser corrigido a qualquer tempo. Ler, aprender um novo idioma, fazer um curso à distância. Não perder contato com o mundo.
Leia com atenção os catorze fatores e veja quais deles você pode fazer desaparecer da sua vida. Com isso, sua chance de ter Alzheimer se reduzirá de forma significativa. Afinal, perder noção do mundo não é uma fatalidade. De certa forma, a gente contribui para isso, mediante hábitos e comportamentos que podem ser modificados, de acordo com nossa vontade.
*José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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