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Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025

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Espiral

Colunista *ARNALDO LUIS THEODOSIO PAZETTI.

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Conheceu alguém que, analisando fotografias desgastadas pelo tempo, afirmava ter em mãos provas irrefutáveis de que o Homem jamais pisou na lua? Pois é, como era delicioso o tempo em que delírios alheios não impactavam nossas vidas. A insanidade se aprofundou, passou a ser coletiva e, o pior, a nos afetar diretamente: há quem comemore o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), asseverando amar os pobres – os mais atingidos pelo aumento da carga tributária; outros, celebram o tarifaço de 50% imposto pelos EUA, jurando patriotismo – numa manifestação do “mal para o nosso bem maior”. Como normalizar o absurdo quando somos atingidos por ele? O País está estagnado, não há projetos, nem sequer ideias. Há quanto tempo as conversas, exclusivamente, têm como tema o Quarteto Fantástico: Bolsonaro, Lula, Moraes e Trump? Quatro personagens que sintetizam nossa insanidade: são odiados ou idolatrados por cada um de nós, pindoramenses. Quando sairemos dessa espiral que nos arremessa com força contra o chão? Atualmente, só há duas palavras de ordem: democracia e soberania – que orbitam os caprichos e as vontades de nossos quatro heróis. É irônico testemunhar a democracia ser, rotineira e sistematicamente, atropelada justamente com o específico escopo de preservá-la. É triste constatar que não  há soberania sem dinheiro. Lembra-se da época em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) emprestava valores a Pindorama sujeito à série de condicionalidades? Exemplo claro de que nossa soberania (ou de qualquer país) é desidratada quando não há dinheiro. Então, numa queda de braço, a soberania com maior saldo na conta corrente vence a disputa. Nunca omiti do caro leitor que, por meio de minhas crônicas, faço terapia. Porém, procuro registrar esperança em dias melhores, sempre limitada por meu incorrigível pragmatismo. Não conseguiremos nos livrar de Trump; tampouco conseguiremos nos livrar de Moraes – não com esse Senado que aí está. Quanto a nossos outros dois heróis, a história pode ser diferente, basta querermos. Por que insistimos em aceitar migalhas fornecidas por salvadores da pátria? Por que nos contentamos quando o País consegue despiorar e abandonamos o legítimo desejo de avançarmos? É possível deixá-los para trás, como quem desperta de um sonho ruim. Que tal nos livrarmos dessa Síndrome de Estocolmo e, em 2026, exorcizarmos aqueles que sequestraram nossas mentes e almas?

*Coronel PM, advogado e escritor.

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