O livro faz toda a diferença na formação de uma criança. Embora estejamos na era da informática, as histórias infantis fazem a criançada viajar num mundo de fantásticas aventuras e encantam todas as idades. “O livro constitui um meio fundamental para conhecer os valores, os saberes, o senso estético e a imaginação humana. Como vetores de criação, informação e educação, permitem que cada cultura possa imprimir seus traços essenciais e, ao mesmo tempo, ler a identidade de outras. Janela para a diversidade cultural e ponte entre as civilizações, além do tempo e do espaço, o livro é ao mesmo tempo fonte de diálogo, instrumento de intercâmbio e semente do desenvolvimento”.
Muitas vezes, o livro didático é a única forma de acesso da criança à leitura e à cultura letrada. Suas principais funções são transmitir conhecimentos, desenvolver capacidades e competências, consolidar e avaliar o conteúdo estudado. Recurso didático fundamental, sua distribuição gratuita aos estudantes da rede pública é assegurada pelo Estado. Em 1929, foi criado o Instituto Nacional do Livro, com o objetivo de legitimar o livro didático e auxiliar no aumento de sua produção. No entanto, essa política passou por muitas mudanças até resultar na criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 1985. A partir daquele ano, o professor da escola pública passou a escolher o livro mais adequado aos seus alunos e ao projeto pedagógico da escola, a partir de uma pré-seleção do MEC. A reutilização do livro e a introdução de normas de qualidade foram outros importantes avanços. Com o amadurecimento desse processo, a produção e a distribuição de livros didáticos tornaram-se contínuas e massivas a partir de 1997. Hoje, o governo federal envia livros didáticos aos alunos do Ensino Fundamental e tem aumentado a oferta de obras de literatura, dicionários e até mesmo de livros em braile (para os deficientes visuais) e em libras (para os deficientes auditivos). Também tem sido crescente, nos últimos anos, a distribuição de obras didáticas aos alunos do ensino médio e aos programas de alfabetização de jovens e adultos.
PNLD
Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) é um programa do governo federal brasileiro, tem por objetivo oferecer a alunos e professores de escolas públicas do Ensino Fundamental, de forma universal e gratuita, livros didáticos e dicionários de língua portuguesa de qualidade para apoio ao processo ensino-aprendizagem desenvolvido em sala de aula. O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é o mais antigo dos programas voltados à distribuição de obras didáticas aos estudantes da rede pública de ensino brasileira e iniciou-se, com outra denominação, em 1929. Até 1995 a entrega era limitada a poucas séries e não tinha regularidade. Durante o governo Collor, parte do programa chegou a ser suspensa. Hoje, atende todos os 35 milhões de estudantes de escolas públicas, do 1º ano do Ensino Fundamental ao último do nível Médio. Todos os Estados são atendidos, com exceção de São Paulo, que executa seu programa de forma autônoma. Desde o ano de 1996, a Secretaria de Educação Básica tem a responsabilidade de coordenar e avaliar o conteúdo das obras inscritas no PNLD, em parceria com universidades públicas. Em 2009 o programa entregou – através dos Correios – 103 milhões de livros a 140.000 escolas em todo o Brasil. Este é, atualmente, o maior programa de distribuição no Brasil, superando a distribuição de vacinas contra a rubéola (84 milhões de doses na última campanha). E a entrega é feita com qualidade: 99% dos livros são entregues antes do início do ano letivo, sendo menos de 1% entregues em endereço errado ou com conteúdo trocado. No mundo, somente a China tem um programa de distribuição de livros didáticos maior que o do Brasil, mas há uma diferença fundamental entre os planos dos dois países: no Brasil os livros enviados são escolhidos pelos professores.
Produção do livro didático
A complexidade da edição e produção do livro didático, muito maior do que a de outros tipos de obra, assim como as altas tiragens necessárias à sua viabilização, exige investimentos vultosos e aumenta significativamente o risco desse ramo editorial. Em consequência, as editoras organizam-se como empresas modernas. Dispõem de profissionais de alto nível, de complexa estrutura organizacional, de ampla rede de distribuição e de tecnologia sofisticada. A liberdade de escolha dos educadores estimula uma competição que resulta na disponibilidade de várias opções para professores e alunos e beneficia a melhoria da qualidade. Por isso, editores, autores e professores em sua imensa maioria veem o livro didático com respeito, reservando-lhe importante papel de apoio no processo educacional. Presente no dia a dia de alunos e educadores, o livro didático é fruto de um trabalho em conjunto que envolve diferentes equipes e profissionais das editoras. A equipe editorial é responsável por conceber e desenvolver as obras e é dividida em profissionais do texto, de arte e autônomos. O processo de produção é resultado de inúmeras etapas, que duram três anos em média, desde a contratação da obra até sua impressão. Essas etapas, aqui bastante simplificadas, desdobram-se numa infinidade de pequenas tarefas, controles e cuidados para que as obras obtenham o melhor resultado possível.
As etapas principais
são as seguintes:
O projeto - Profissionais da editora e autores definem as diretrizes básicas da obra como a estrutura, o conteúdo a ser desenvolvido, a proposta metodológica, a definição do público escolar a que se destina e a avaliação de viabilidade econômica. Nessa fase inicial, os autores elaboram textos experimentais que são submetidos à análise de qualidade e adequação textual de vários professores experientes.
A feitura dos originais - Trabalho desenvolvido pelos autores, acompanhados e apoiados por profissionais das editoras. É uma etapa lenta e meticulosa, que envolve avaliações e reformulações, até chegar-se à forma final.
Avaliação, preparação e edição de texto original - A equipe editorial, com apoio de assessores externos e sempre com aprovação final dos autores, trabalha para que o texto esteja correto, coerente, com linguagem adequada e adequado ao público da obra e à linguagem visual e gráfica a ser adotada.
Projeto gráfico - Pesquisa iconográfica e de referências para ilustrações - Profissionais de artes gráficas e de pesquisa iconográfica definem a linguagem visual coerente com a proposta da obra e atraente para o seu público, com ilustrações e fotos adequadas ao conteúdo a aos objetivos educacionais.
Produção editorial - Envolve todas as operações necessárias à organização dos originais para impressão: feitura das ilustrações, produções de fotos, mapas, gráficos e demais recursos visuais e diagramação do texto. O editor responsável supervisiona cada etapa e apresenta a obra ao autor sempre que necessário, cabendo a ele a aprovação final do trabalho antes da impressão.
Produção gráfica - Na última etapa do processo de produção do livro, arquivos eletrônicos são emitidos para que os fotolitos sejam confeccionados. Inclui ainda a impressão e acabamento da obra, também, nesse caso, sob acompanhamento e supervisão de equipe especializada da editora.