Inimiga silenciosa; assim é conhecida a doença que não causa sintomas: a hipertensão arterial. Estima-se que 21,6% da população com idade de 18 anos ou mais seja hipertensa, o que representa cerca de 26,5 milhões de pessoas. Elas disseram ser portadoras da doença em pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde.
No entanto, apenas 5.076.631 estão cadastradas no Sistema Nacional de Cadastro e Monitoramento de Hipertensos e Diabéticos. Elas são atendidas na rede básica de saúde em 4.724 municípios. Do total de cadastrados, 3.396.352 são mulheres e 1.680.279 são homens. Além disso, mais 1.478.304 são portadores das duas doenças juntas. Para estimular as pessoas a procurar tratamento, 26 de abril é lembrado como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.
A doença
A hipertensão arterial (HTA) ou hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, medida com esfigmomanômetro (“aparelho de pressão”), tendo como causas a hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o alcoolismo, o estresse e outras (veja causas de hipertensão, mais abaixo). A sua incidência aumenta com a idade.
Hipertensão arterial ou pressão alta ocorre quando a pressão sistólica (pressão arterial quando o coração se contrai bombeando o sangue) em repouso é superior a 140 mm Hg ou quando a pressão diastólica (quando o coração relaxa entre duas batidas) em repouso é superior 90 mm Hg ou ambos. A hipertensão, embora pouco conhecida, atinge uma média de 20% a 25% da população brasileira, sendo que esta estatística sobe para 50% nas faixas etárias mais avançadas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou-a como uma das 10 principais causas de morte no mundo. Além disso, a hipertensão é um fator agravante para as doenças cardiovasculares – a número um em causa de mortes no planeta. Por ser um grave problema na idade adulta é que a prevenção deve começar desde a infância. Irritabilidade, ganho de peso e crescimento inadequados, cansaço excessivo durante as mamadas e os exercícios físicos são sintomas da hipertensão arterial. Porém, na maioria dos casos, a criança não apresenta indícios da doença.
Tipos de hipertensão
Existem dois tipos de hipertensão arterial (HA): hipertensão primária e secundária. A HA primária caracteriza-se por não apresentar uma causa conhecida, enquanto na HA secundária já é possível identificar uma causa para a hipertensão, como por exemplo problemas renais, problemas na artéria aorta, tumores (feocromocitoma) e algumas doenças endocrinológicas.
Fatores de risco
A hipertensão arterial pode ou não surgir em qualquer indivíduo, em qualquer época de sua vida, mas algumas situações aumentam o risco. Dentro dos grupos de pessoas que apresentam estas situações, um maior número de indivíduos será hipertenso.
Como nem todos terão hipertensão, mas o risco é maior, estas situações são chamadas de fatores de risco para hipertensão. São fatores de risco conhecidos para hipertensão:
Idade: Aumenta o risco com o aumento da idade.
Sexo: Até os cinquenta anos, mais homens que mulheres desenvolvem hipertensão. Após os cinquenta anos, mais mulheres que homens desenvolvem a doença.
Etnia: Mulheres afrodescendentes tem risco maior de hipertensão que mulheres caucasianas.
Nível socioeconômico: Classes de menor nível socioeconômico tem maior chance de desenvolver hipertensão.
Consumo de sal: Quanto maior o consumo de sal, maior o risco da doença.
Consumo de álcool: O consumo elevado está associado a aumento de risco. O consumo moderado e leve tem efeito controverso, não homogêneo para todas as pessoas.
Obesidade: A presença de obesidade aumenta o risco de hipertensão.
Sedentarismo: O baixo nível de atividade física aumenta o risco da doença.
Diagnóstico
O ideal é medir a pressão pelo menos a cada seis meses, ou com intervalo máximo de um ano. Assim é possível se diagnosticar a doença tão logo ela surja. A pressão considerada normal está abaixo de 13 por 8,5. A faixa de risco está entre 13 por 8,5 e 13,9 por 8,9. Hipertenso é todo indivíduo que tenha pressão igual ou acima de 14 por 9.
Complicações
A hipertensão arterial é um dos fatores envolvidos em uma série de doenças. Entre outras, as doenças abaixo são provocadas, antecipadas ou agravadas pela hipertensão arterial.
Cardíaca - Angina de peito, infarto agudo do miocárdio, cardiopatia hipertensiva e Insuficiência cardíaca.
Cerebral - Acidente vascular cerebral, demência vascular.
Renal - Nefropatia hipertensiva e insuficiência renal.
Ocular - Retinopatia hipertensiva.
Prevenção
Como medida de prevenção, deve-se controlar os fatores de risco, como o excesso de peso, sedentarismo, elevada ingestão de sal, baixa ingestão de potássio e consumo excessivo de álcool e, em alguns casos, intolerância à glicose e diabete, tabagismo, estresse e menopausa. A doença tem tratamento, mas não cura, o que acaba onerando, em muito, os gastos pessoais do doente e o investimento do serviço público de saúde. Doença silenciosa, ela ocorre porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem e fazem com que a pressão do sangue se eleve. Essa elevação da pressão acaba causando danos à camada interna dos vasos, fazendo com que se tornem endurecidos e estreitados, podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper-se. Isso pode levar a problemas sérios, como angina e infarto,”derrame cerebral” ou AVC, e a paralisação dos rins.
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