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Quinta-feira, 09 de Outubro de 2025

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Dia Mundial do Hanseniano

24 de janeiro

Dia Mundial do Hanseniano
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Em 24 de janeiro é lembrado o Dia Mundial do Hanseniano, uma data importante para lembrar os cuidados e a necessidade do tratamento da hanseíase. O hanseniano é o portador da hanseníase, que antigamente era chamada de “lepra”, palavra que surgiu da tradução para o grego da palavra tsara-ath, um termo hebreu para “degradação”. Era uma palavra utilizada desde os tempos da construção da pirâmide de Gizé, no antigo Egito, há mais de seis mil anos. Os trabalhadores escravizados e submetidos às duras condições do deserto ficavam expostos a diversas doenças, principalmente as de pele. Os doentes, amedrontados, acabavam fugindo das pirâmides e eram chamados de tsara-ath. Esse fenômeno de fuga pode ser observado em muitos relatos, principalmente na Bíblia.  

Assim, a palavra “lepra” designava toda e qualquer doença de pele, como psoríase, eczema, vitiligo, sarna, micoses etc. O grande preconceito, porém, recaía sobre os portadores de hanseníase, devido aos efeitos devastadores da doença. Os hansenianos, estigmatizados, frequentemente eram abandonados pela família, expulsos das cidades e condenados a viver no exílio. Não só a exclusão social, como também a fome causavam mais mortes do que a própria doença. 

A hanseníase tem esse nome em homenagem ao cientista Gerhard Hansen (1841-1912), que, em 1873, descobriu o bacilo causador da doença. Os principais sintomas são a atrofia nervosa, o surgimento de manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, dormência, caroços nas orelhas e queda de pêlos. O bacilo provoca a insensibilidade dos membros, fato que coloca o portador em sério risco, visto que os ferimentos passam despercebidos, e o doente deixa de tratá-los. Isso acaba causando putrefação e a consequente perda da área afetada. 

Dos quatro tipos de hanseníase existentes, somente dois são transmissíveis. Mesmo assim, os portadores só podem transmiti-la mediante contato íntimo e prolongado e, ainda, se estiverem sem tratamento. A hanseníase não é hereditária nem sexualmente transmitida, mas pode atingir qualquer pessoa. Contudo, tem cura! O tratamento é muito simples e é efetuado em qualquer posto de saúde. A cura pode levar de seis meses a dois anos. O primeiro comprimido já impede que o doente; transmita a doença; em muitos casos, as manchas e os caroços começam a sumir. 

Em razão do preconceito e da falta de informação, o Brasil é o segundo país do mundo em número de casos da doença, perdendo somente para a Índia, em oposição aos países de Primeiro Mundo, que já erradicaram esse mal. É preciso ficar sempre atento ao aparecimento de manchas pelo corpo, sobretudo aquelas insensíveis ao calor e à dor. Em caso de dúvida, basta dirigir-se o mais depressa possível, sem nenhum constrangimento, ao posto de saúde mais próximo, ou procurar um médico. 

A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução prolongada causada pelo bacilo denominado Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, descoberto em 1873 pelo cientista norueguês Gerhard Armauer Hansen, morfologicamente muito semelhante ao bacilo causador da tuberculose. Como não se transmite com facilidade, não são registradas grandes epidemias. A hanseníase chegou ao Brasil na época do descobrimento, espalhou-se e permanece até hoje, sendo considerada um dos mais sérios problemas da saúde pública no país. Ocupamos o primeiro lugar da América Latina, com um número estimado de doentes entre 250 e 500 mil casos, que nos coloca também em segundo lugar do mundo em número de doentes. Há no mundo todo mais de dez milhões de pessoas com hanseníase. Relativamente pouco contagiante, a forma de contágio mais comum é a direta (pessoa a pessoa), entre outras vias, por descargas nasais infectadas. Existe maior predisposição na infância, em condições sanitárias deficientes e de subnutrição. 

Sintomatologia 

O período de incubação é de 3 a 5 anos. A classificação das formas clínicas da hanseníase divide-se basicamente em quatro: indeterminada, tuberculoide, dimorfa e virchowiana. Os dois tipos mais importantes são a tuberculóide e a virchowiana ou lepromatosa. A formatuberculoide é caracterizada por nódulos sob a pele e regiões de anestesia circunscrita, pelas lesões dos nervos periféricos. A forma mais grave é a vichowiana ou lepromatosa que causa ulcerações e deformidades, com mutilações de mãos, nariz e orelhas. 

Tratamento 

Hoje em dia, a lepra é tratada com antibióticos, e esforços de Saúde Pública são feitos para o diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, além de próteses de pacientes curados e que tiveram deformações e para a prevenção voltada principalmente para evitar a disseminação. Contudo, o tratamento é longo e controle governamental (no Brasil) tão intenso que é vetado ao médico tratar a doença: apenas profissionais especialmente treinados especificamente para tal podem prescrever e acompanhar o tratamento. 

Apesar de não mortal, a lepra pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. O tratamento comporta diversos antibióticos, a fim de evitar selecionar as bactérias resistentes do germe. A OMS recomenda desde 1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a rifampicina e a clofazimina. Essa associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença. 

Quando as lesões já estão constituídas, o tratamento se baseia, além da poliquimioterapia, em próteses, em intervenções ortopédicas, em calçados especiais, etc. Além disso, uma grande contribuição à prevenção e ao tratamento das incapacidades causadas pela lepra é a fisioterapia. No Brasil o termo lepra foi substituído por hanseníase, devido à discriminação sofrida pelos pacientes. 

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