Tendo em vista uma característica intrínseca ao ser humano, que é um sujeito eminentemente gregário, toda ação humana, embora restrita à responsabilidade pessoal, tem por objetivo o interesse coletivo.
Essa particularidade gera uma questão ética em relação aos atos individuais que acabam por transcender ao indivíduo e alcançam o outro, criando uma questão do comportamento ético moral e de autodeterminação do indivíduo dentro da sociedade.
A reflexão sobre o comportamento ético individual, reitera-se, enquanto uma autodeterminação, que é o poder que temos de visitar e atualizar nossas virtualidades, envolve a autonomia de vontade e nos remete à prática do amor, ao transcender o mero fazer o bem para exemplificar em si mesmo um proceder que exemplifica o bíblico Homem de Bem que, em resumo, é bom.
Sócrates defendia que o ethos, uma palavra grega que significa ‘caráter moral’ e se refere aos costumes, valores e influências de uma pessoa, cultura ou obra, seria o agir de acordo com a razão, que se eleva acima do consenso da opinião da multidão, para atingir o nível da objetividade própria do saber demonstrativo. Ou seja, as ações e atos individuais não se consumam na solidão, mas se finalizam pelo contato entre as pessoas, de modo que as ações individuais no cumprimento dos deveres devem salvaguardar a liberdade própria do outro.
Assim, a questão ética, que invariavelmente decorre da lei, diz respeito ao auxílio que toda pessoa possa exercer na transcendência do outro, de tal forma que o princípio da autodeterminação moral é a base do comportamento ético adulto.
A partir disso é plausível afirmar que a responsabilidade de todo ser humano é de, pelo exercício do seu livre arbítrio, agir de forma ordenada e buscar a perfeição de sua natureza, a qual, em várias situações, importa em aceitar e se resignar com a vontade de Deus que, eventualmente, contrariem suas próprias intenções.
É hora de admitirmos que temos a oportunidade de participar, como agentes ativos, da transformação e renovação moral do planeta, sobretudo porque o cumprimento responsável dos nossos deveres pessoais marca nossa individualidade na comunidade em que vivemos.
A todos nós ou a cada um de nós, compete trabalhar na nossa evolução moral, portanto, espiritual, mediante a compreensão de nossas faculdades, nossas inclinações e do potencial imenso de que somos portadores, engajando-se efetivamente ao processo de construção de uma sociedade melhor, mais justa e igualitária.
Verdade seja dita, se todos agirem com consciência ética, amando com mútuo amor - amando o próximo como a si mesmo - melhor será praticada a caridade e, consequentemente, o bem comum prevalecerá.
Façamos, pois, a nossa parte!
*Governador 2006/2007 do Distrito 4430 de Rotary International.