Em um cenário global de intensa turbulência – de conflitos armados no Oriente Médio e na Europa, à aceleração da crise climática e ao recorde de crises humanitárias – a Organização das Nações Unidas (ONU) tem sua relevância constantemente questionada. Contudo, a despeito das frustrações e da paralisia ocasional do Conselho de Segurança, a verdade é que o papel da ONU no mundo atual é indispensável.
A organização vai muito além da diplomacia de cúpula. Suas agências são a espinha dorsal da ação humanitária global, fornecendo abrigo, alimento e assistência vital para mais de 139 milhões de pessoas afetadas por guerras e desastres. No campo do desenvolvimento e sustentabilidade, a ONU é o único fórum capaz de coordenar o combate à pobreza e a resposta unificada à crise climática, utilizando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como um plano universal.
A inação em grandes conflitos reflete as divisões entre seus membros, não uma falha da instituição em si. A ONU é o espelho da política mundial, e não um governo mundial. O recente Pacto para o Futuro demonstra sua capacidade de se adaptar, buscando regras para novas ameaças como a governança digital e as armas autônomas.
Portanto, em um mundo onde os problemas ignoram fronteiras, a ONU permanece o principal e insubstituível "centro de harmonização" para a ação internacional. Ignorá-la não faria as crises desaparecerem, apenas eliminaria a ferramenta mais vital que a humanidade possui para buscar a paz, a justiça e a sobrevivência coletiva. Sua importância não reside na perfeição, mas em sua urgente necessidade.
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