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Sexta-feira, 29 de Marco de 2024
A figueira que secou

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A figueira que secou

Jesus transmitiu seu conhecimento espiritual por meio de exemplos e de parábolas, que trazem um simbolismo que exige interpretação

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Cabe notar, que a expressão parábola, que vem do grego parabole (parabolé), significa comparação, ou seja, por meio de símbolos uma ideia é apresentada colocando uma coisa ao lado de outra para fins de comparação. Portanto, é um instrumento de transmissão de conhecimento por meio de narração alegórica, por metáforas que precisam ser interpretadas, de modo que, dependendo do olhar do interprete, sempre será possível um entendimento melhor da passagem estudada. Interessante notar que a ciência elucida que a metáfora se comunica com os dois lados de nosso cérebro; num átimo, atinge o lado esquerdo, associado à mente consciente, lógica e racional; e o lado direito, associado à mente inconsciente, intuitiva, criativa, emocional e sábia. Enfim, pode-se dizer que o corpo da parábola é a narrativa expressa, mas que sua alma é a lição moral que dela decorre.

Para exemplificar lembro-me da parábola da figueira que secou cujo teor é seguinte: “De manhã cedo, quando voltava para a cidade, Jesus teve fome. Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas nada encontrou, a não ser folhas. Então lhe disse: “Nunca mais dê frutos! Imediatamente a árvore secou”.

Ao verem isso, os discípulos ficaram espantados e perguntaram: “Como a figueira secou tão depressa? “Jesus respondeu: “Eu lhes asseguro que, se vocês tiverem fé e não duvidarem, poderão fazer não somente o que foi feito à figueira, mas também dizer a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e assim será feito. E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão”. (Mateus 21:18-22).

Refletindo sobre essa passagem tem-se que a figueira representa aquelas pessoas que aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, nada de bom produzem, ou seja, simboliza aqueles que, podendo ser úteis, não o são, esquecendo-se que a tarefa da figueira humana é ser útil, produzir em qualquer situação e época, mesmo em eventuais condições desfavoráveis, fazendo o bem de forma incondicional.

Nesse sentido, aliás, é a lição do Irmão Pedro ao advertir que “A verdadeira libertação para o ser humano não é a simples vitória pessoal de alguma coisa realizada, mas sim a superação das próprias qualidades inferiores de cada um.

O verdadeiro, o sincero discípulo de Jesus está investido de missão mais sublime, não pensando e se saturando de lutas materiais e pessoais. É necessário que trabalhemos muito, porque tantas são as necessidades, tantos são os seres que sofrem!

Mas, irmãos, os que conhecem a verdade dos Evangelhos sabem, também, que é necessário quando trabalhamos que haja boa vontade, sinceridade e firmeza! A parábola da figueira que secou é bem o símbolo daqueles que somente aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, nada de bom produzem. (...)” (Alberto Fonseca, A maneira de Mostrar o Caminho para se Aprender a Viver, pg. 99-100, Editora Gráfica Cairú Ltda., SP. 1973).

Como a simples aparência do bem não se sustenta, que o homem possa vencer a si mesmo, submetendo os vícios e, com devotamento, levantar templos a virtudes, para que possa conquistar autonomia para exercer sua função na sociedade.

 

Paulo Eduardo de Barros Fonseca

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