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Terça-feira, 15 de Outubro de 2024
A felicidade

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A felicidade

Colunista Paulo Eduardo de Barros Fonseca

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Num mundo onde os valores de regência da sociedade e do homem estão em xeque, a busca da felicidade é tema recorrente. 

Há aqueles que procuram a felicidade nas coisas materiais e aqueles que a tem como uma conquista íntima. 

Num sentido histórico, filosófico e teológico vários autores discorreram sobre o tema. Sócrates afirmava “conhece-te a ti mesmo” e conhecerá a felicidade. Santo Agostinho, um dos maiores filósofos do cristianismo entendia que a felicidade como o fim da sabedoria, a posse do verdadeiro absoluto, isto é, de Deus. Tomás de Aquino, na Suma Teológica, utilizou a palavra beatitude como equivalente à felicidade e a definiu como um bem perfeito de natureza intelectual. Immanuel Kant entendia que a felicidade faz parte do bem supremo o qual é para o homem a síntese de virtude e felicidade.  

Esses conceitos se coadunam com a máxima do Eclesiastes no sentido de que "a felicidade não é deste mundo" pela qual a felicidade, não estando no mundo material, pode ser encontrada no mundo interior, como consequência do dever retamente cumprido. 

Mas, na prática, o que é e onde está a felicidade?  

Recentemente, recebi de um amigo e leitor de nossas crônicas uma breve estória, cuja autoria não soube declinar, que talvez nos indique um caminho ao dizer que “um rei tinha dado à sua jovem filha, a princesa, um lindo colar de diamantes. No entanto, o colar foi roubado e as pessoas do reino o procuravam por toda parte sem conseguir encontrá-lo. Alguém havia dito ao rei que seria impossível encontrá-lo, porque um pássaro, fascinado pelo brilho do colar, o havia levado. O rei, desesperado, resolveu oferecer uma grande recompensa para quem o encontrasse. Passado algum tempo, num determinado dia, um rapaz caminhava de volta para casa e em seu trajeto passava ao longo de um lago sujo e malcheiroso. Enquanto caminhava o rapaz viu algo brilhar no lago e quando fixou o olhou viu o colar de diamantes. Lembrando da recompensa prometida pelo rei, imediatamente tentou pegá-lo, e colocou sua mão no lago imundo tentando agarrar o colar, mas não conseguiu segurá-lo, perdeu-o. Porém, ao olhar novamente no lago viu que o colar continuava lá, no mesmo lugar, imóvel. Então, decidiu entrar no lago, mesmo sujo, e afundou o braço inteiro para pegar o colar, mas, novamente, não conseguiu, o colar escapava-lhe. Sentindo-se deprimido, saiu do lago, sentou-se e pensou em ir embora. Porém, mais uma vez, ele viu o colar brilhando. Assim, embora fosse sujo, decidiu mergulhar no lago. Seu corpo ficou todo sujo, mas ainda não conseguiu pegar o colar. Aturdido, ele saiu da água, encostou-se às margens do lago, pensativo... que mistério!? Nesse momento, um velho que passava por ali o viu angustiado e perguntou o que estava acontecendo. O rapaz, com medo de perder a recompensa prometida pelo rei, não quis contar ao velho o que passava. Mas o velho insistiu e pediu ao rapaz que lhe contasse qual era o problema e prometeu que não contraria nada a ninguém e não atrapalharia em nada. O rapaz, dando o colar por perdido decidiu contar ao velho. Contou tudo sobre o colar e como tentou pegá-lo, mas fracassando. O velho então lhe disse que talvez ele devesse olhar para cima, em direção aos galhos das arvores, em vez de olhar para o lago imundo. O rapaz acolheu a sugestão e olhou para cima e para sua surpresa viu que o colar estava pendurado num galho de uma árvore e que o tempo todo, estava tentando capturar um simples reflexo do colar...”. 

Moral da estória é que “a felicidade é como esse colar brilhante no lago deste mundo, pois é um mero reflexo da felicidade verdadeira do mundo espiritual. É melhor para cima em direção a Deus, que é a fonte da felicidade real, do que ficar perseguindo o reflexo dessa felicidade do mundo material.”  

Nesse sentido é a lição do irmão ALPE ao dizer que “quando o homem puder controlar a sua vida, ele saberá, também, o que é ser feliz, pois, sem deixar de lado a serenidade, manterá o equilíbrio e a alegria. E, sem a irritação que afeta e descontrola a sua própria saúde, viverá com otimismo, porque ele sabe que Deus está dentro dele e Nele estão todas as soluções dos seus problemas”. 

Enfim, Eliseu Rigonatti explica que a felicidade terrestre com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral é a consciência tranquila e a fé no futuro.  Evitando tudo o que possa prejudicar o seu próximo, por palavras e por atos, procurando, ao invés, fazer tudo o que possa ser útil e agradável aos outros, estaremos construindo o caminho para a suprema felicidade. 

Paulo Eduardo de Barros Fonseca 

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