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Sabado, 24 de Maio de 2025

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Retrospectiva da Vida e Pontificado do Papa Francisco

Origem e Caminho até o Papado

Retrospectiva da Vida e Pontificado do Papa Francisco
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Nome de nascimento: Jorge Mario Bergoglio

Nascimento: 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina

Formação: Formou-se como químico antes de ingressar no seminário. Entrou na Companhia de Jesus (jesuítas) em 1958.

Ordenação sacerdotal: 1969

Arcebispo de Buenos Aires: Nomeado em 1998

Cardeal: Elevado por João Paulo II em 2001

Eleito Papa: 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI – o primeiro Papa jesuíta, latino-americano e do hemisfério sul.

Estilo e Postura Pessoal

Papa Francisco ficou conhecido por sua simplicidade: recusou morar nos aposentos papais tradicionais, preferindo a Casa Santa Marta. Ele também costuma utilizar um carro modesto e enfatiza uma “Igreja pobre para os pobres”.

Principais Reformas e Diretrizes do Pontificado

  1. Reforma da Cúria Romana

Criação do Dicastério para a Evangelização e do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, entre outros.

Constituição Apostólica “Praedicate Evangelium” (2022): substituiu a antiga estrutura da Cúria estabelecida por João Paulo II, buscando uma Igreja mais missionária e menos burocrática.

Fortalecimento da transparência financeira, com auditorias no Vaticano e reorganização do Banco do Vaticano (IOR).

  1. Luta Contra os Abusos Sexuais

Papa Francisco enfrentou a crise de abusos com medidas mais firmes:

Criou a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores.

Estabeleceu o motu proprio “Vos estis lux mundi” (2019), que obriga a denúncia de abusos por parte de clérigos e responsabiliza bispos omissos.

Promoveu a escuta e acolhimento das vítimas.

  1. Abertura Pastoral e Inclusão

Enfatizou a misericórdia e a inclusão:

Documentos como Amoris Laetitia (2016) abriram possibilidade de comunhão a divorciados recasados em certas condições.

Em relação à comunidade LGBTQIA+, seu lema “Quem sou eu para julgar?” ecoou mundialmente.

Em 2023, autorizou bênçãos para casais do mesmo sexo, com certas restrições.

  1. Compromisso com o Meio Ambiente

Encíclica “Laudato Si’” (2015): marco da doutrina social ecológica da Igreja. Francisco denuncia a destruição do meio ambiente e propõe uma “ecologia integral”.

Participou ativamente de fóruns internacionais como a COP e apelou por ações contra as mudanças climáticas.

  1. Sinodalidade e Reforma na Participação

Fortaleceu o conceito de Igreja sinodal, com foco em escuta e participação.

Promoveu o Sínodo da Amazônia (2019) e o Sínodo sobre a Sinodalidade (2021–2024).

Permitiu a participação com direito a voto de leigos e mulheres nos sínodos, algo inédito.

  1. Diálogo Inter-religioso e Diplomacia

Estreitou laços com outras religiões:

Histórica visita ao Iraque (2021), promovendo o diálogo com muçulmanos e cristãos perseguidos.

Assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana com o imã de Al-Azhar.

Também adotou postura conciliadora e diplomática com relação a conflitos internacionais e migrações.

Legado

O Papa Francisco é visto como um reformador e pastor próximo do povo, que busca uma Igreja menos clericalista, mais transparente, humana e engajada com as dores do mundo. Apesar de enfrentar resistências internas, sua influência é marcante tanto dentro quanto fora da Igreja Católica.

Francisco, o Papa da Humanidade

Em 13 de março de 2013, o mundo assistiu a um momento histórico: pela primeira vez, a liderança da Igreja Católica recaía sobre um jesuíta, latino-americano, filho de imigrantes italianos e natural de Buenos Aires. Jorge Mario Bergoglio tornava-se o Papa Francisco — um nome que já indicava o rumo de seu pontificado: simplicidade, cuidado com os pobres e amor à criação, inspirado em São Francisco de Assis.

Desde então, sua presença no cenário global transcendeu as fronteiras da religião. Francisco não é apenas o bispo de Roma. É uma das consciências morais mais respeitadas do século 21. Seu papado é um testemunho corajoso de renovação, compaixão e esperança em um mundo ferido por desigualdades, guerras e crises ambientais.

Um pastor entre as pessoas

Ao se recusar a ocupar os luxuosos aposentos do Palácio Apostólico e optar pela residência modesta da Casa Santa Marta, Francisco deu um recado silencioso, porém poderoso: o Papa é servo, não príncipe. Desde o início, aproximou-se das pessoas como pastor que caminha junto ao rebanho — escutando, acolhendo, estendendo a mão.

Sua linguagem é acessível, mas profundamente espiritual. Seu olhar é de ternura, mas também de firmeza diante das injustiças. Com ele, a Igreja passou a ocupar um lugar mais coerente com o Evangelho — nas periferias, com os refugiados, com os esquecidos do sistema, com os doentes e os famintos.

Reformador incansável

Francisco promoveu reformas profundas na estrutura do Vaticano, enfrentando resistências internas e desafios históricos. Com a promulgação da constituição apostólica Praedicate Evangelium, reorganizou a Cúria Romana, colocando a evangelização e o serviço em primeiro plano, e não os interesses administrativos.

Foi incansável na busca por transparência e justiça, combatendo escândalos financeiros e promovendo auditorias sérias nos organismos vaticanos. Mais do que ajustar estruturas, seu foco foi sempre espiritual: transformar uma Igreja clericalista e autorreferente em uma Igreja missionária, sinodal, aberta ao diálogo e ao discernimento.

Voz firme contra os abusos

Nenhum tema foi mais doloroso para a Igreja contemporânea do que os casos de abuso sexual. Francisco enfrentou o assunto com coragem, ouvindo vítimas, afastando bispos omissos, criando protocolos como o Vos estis lux mundi e estabelecendo estruturas permanentes de escuta e prevenção. Sua postura não foi de silêncio cúmplice, mas de conversão institucional.

A Igreja da inclusão e da misericórdia

Francisco será lembrado como o Papa da misericórdia. Seus documentos, homilias e encíclicas são marcados pela busca do reencontro entre o amor de Deus e a fragilidade humana. Em Amoris Laetitia, abriu caminhos de integração pastoral para casais em situações irregulares. Com sua famosa frase “Quem sou eu para julgar?”, mostrou abertura a pessoas LGBTQIA+, e em 2023, autorizou bênçãos para casais do mesmo sexo em certas condições pastorais — uma decisão simbólica e revolucionária.

Sem alterar dogmas, Francisco promoveu uma mudança de tom, tornando a Igreja mais humana, acolhedora e próxima das realidades da vida moderna.

A ecologia como dever cristão

Em 2015, sua encíclica Laudato Si’ transformou-se em marco global da doutrina ecológica. Nela, Francisco denuncia o colapso ambiental como fruto de um sistema econômico predatório, que desrespeita a vida e a dignidade dos mais pobres. Ele convoca crentes e não crentes a um pacto pela “ecologia integral”, que une justiça social e cuidado com a Casa Comum.

Sua liderança nessa pauta inspirou movimentos ambientais em todo o mundo e fortaleceu o papel da Igreja nas conferências climáticas internacionais, como a COP.

Um líder global

Francisco também reconfigurou o papel diplomático do Vaticano. Promoveu a fraternidade entre religiões, como no histórico encontro com o imã de Al-Azhar, no Egito, e em sua visita ao Iraque, onde defendeu o fim da perseguição religiosa e a convivência pacífica. Sua assinatura no Documento sobre a Fraternidade Humana representa um gesto profético de união num mundo fragmentado.

É voz ativa contra o armamentismo, a xenofobia, a indiferença frente aos migrantes e os efeitos devastadores do capitalismo excludente. Defende uma economia a serviço da vida e uma política inspirada pelo bem comum.

Uma Igreja sinodal

Francisco lançou a Igreja no processo de sinodalidade — escuta, participação e discernimento comunitário. Pela primeira vez, leigos e mulheres têm voz e voto em assembleias episcopais. O Sínodo sobre a Sinodalidade, iniciado em 2021, ainda em curso, é talvez seu legado mais profundo: uma Igreja que se constrói em conjunto, em permanente caminho de escuta e abertura ao Espírito.

Um legado de esperança

A história julgará Francisco como um dos grandes papas da era moderna. Em meio a crises institucionais e culturais, ele ofereceu um testemunho de fé viva, que se traduz em gestos concretos de compaixão. Sua autoridade não se impõe pelo poder, mas pelo exemplo. Seu carisma não reside na eloquência, mas na coerência entre palavra e ação.

Francisco nos lembra, todos os dias, que a Igreja existe para servir, não para dominar. Que a verdadeira força está na ternura. Que a misericórdia é mais revolucionária que o rigor. Que não existe doutrina mais poderosa do que o amor.

A ele, nossa gratidão, nossas orações e nossa homenagem. Francisco é, e continuará sendo, o Papa da Humanidade.

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