O dia do soldado é comemorado no dia 25 de agosto. A data, que tem por objetivo homenagear o trabalho dos membros do Exército Brasileiro, foi instituída em homenagem a Luís Alves de Lima e Silva, patrono do Exército Brasileiro, nascido em 25 de agosto de 1803. Com pouco mais de 20 anos já era capitão. Luís Alves de Lima e Silva – Duque de Caxias lutou e defendeu o Brasil em confrontos externos e internos.
Soldado é uma graduação do fundo da hierarquia militar. O termo soldado deriva do latim solidarius – alguém que é pago para servir. No Brasil, o serviço militar é obrigatório por lei desde 1908. Ao completar 18 anos, todo rapaz deve se cadastrar em alguma das Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica). Na estrutura do governo brasileiro, estas estão integradas ao Ministério da Defesa e têm por objetivo a defesa dos direitos constitucionais. A carreira de soldado proporciona ao jovem o aprendizado de valores como disciplina, organização, amor à pátria, solidariedade e perseverança, entre vários outros que orientam suas atividades dentro e fora do quartel. O soldado exerce atividade em tempos de guerra e na manutenção da paz, dentro e fora do país. Presta auxílio à população em situações de calamidade.
Duque de Caxias
Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, (Porto da Estrela, 25 de agosto de 1803 — Desengano, 7 de maio de 1880), foi um dos mais importantes militares e estadistas da história do Brasil, responsável por importantes ações militares pacificadoras em movimentos revoltosos internos. Reprimiu os movimentos contra a escravidão. Filho do brigadeiro e regente do Império, Francisco de Lima e Silva, e de Mariana Cândida de Oliveira Belo, Luís Alves de Lima - como assinou seu nome por muitos anos - foi descrito por alguns dos seus biógrafos como um predestinado à carreira das armas que aos cinco anos de idade assentou praça no Exército (1808). O que os biógrafos não explicitam é que essa trajetória “apoteótica” é devida às especificidades da carreira militar nessa época. Ter sido cadete aos cinco anos não era um sinal de seu caráter especial: a honraria era concedida aos filhos de nobres ou militares e muitos alcançaram o mesmo privilégio, até mesmo com menor idade. Caxias foi um militar do século 19. Pertencia a uma tradicional família de militares. De um lado, a família paterna, constituída de oficiais do exército. Do lado materno, a família era de oficiais de milícia. Foi com o pai e com os tios que Luís Alves de Lima e Silva aprendeu a ser militar.
Luís Alves de Lima e Silva desde cedo ingressou na vida militar. Teve intensa carreira profissional no Exército, ascendendo ao posto de marechal de campo aos trinta e nove anos de idade. Cadete desde os cinco anos de idade, ingressou na Academia Militar aos 15 anos e, em 1822, organizou a Guarda Imperial de d. Pedro I. O batismo de fogo teve lugar no ano seguinte, ao entrar em campanha para combater na Bahia, quando das lutas da Independência. Participou do esforço pela manutenção da ordem pública na capital do Império após a abdicação de Pedro I, em 1831. Depois disso, tomou parte nas ações militares da Balaiada, no Maranhão, em 1839. O papel que desempenhou, na resolução do conflito, valeu-lhe o título de barão de Caxias. Foi nomeado para presidente (governador) da província do Maranhão e comandante das Forças Militares. Dominou os movimentos revoltosos dos liberais em Minas Gerais e São Paulo (1842). Em 1845, quando decorria a Guerra dos Farrapos, recebeu o título de marechal de campo. Passou a ocupar o cargo de presidente (governador) do Rio Grande do Sul. A sua ação militar e diplomática levou à assinatura da Paz de Ponche Verde em 1845, que pôs fim ao conflito. Sua atuação aliou ação militar com habilidade política, respeitando os vencidos. Contribuiu, assim, para a consolidação da unidade nacional brasileira e para o fortalecimento do poder central. Foi feito conde de Caxias.
No plano externo, participou de todas as campanhas platinas do Brasil independente, como a campanha da Cisplatina (1825-1828), contra as Províncias Unidas do Rio da Prata. Comandante-chefe do Exército do Sul (1851), dirigiu as campanhas vitoriosas contra Oribe, no Uruguai, e Juan Manuel de Rosas, na Argentina (1851 - 1852). Comandante-geral das forças brasileiras (1866) e, pouco depois, comandante-geral dos exércitos da Tríplice Aliança (1867), na Guerra do Paraguai (1864-1870). O conflito com o Paraguai, no qual teve importante atuação estratégica, comandando uma fase de vitórias, como nas batalhas do Avaí e Lomas Valentinas, em dezembro de 1868, conduzindo à ocupação da cidade de Assunção, valeu-lhe o título de duque, o único atribuído durante a época imperial.
Na vida política do Império seu papel foi, também, significativo, como um dos líderes do Partido Conservador. Tornando-se senador vitalício desde 1845, foi presidente (governador) das províncias do Maranhão e Rio Grande do Sul, por ocasião dos movimentos revolucionários que venceu, e vice-presidente da província de São Paulo. Ministro da Guerra e presidente do Conselho por três vezes na segunda metade do século 19 (1855-1857, 1861-1862 e 1875-1878), procurou modernizar os regulamentos militares, substituindo as normas de origem colonial. Na terceira vez em que ocupou a presidência do Conselho apaziguou os conservadores, divididos no que dizia respeito à questão da escravatura, encerrou o conflito entre o Estado e os bispos (“questão religiosa”) e iniciou o aperfeiçoamento do sistema eleitoral. Em reconhecimento aos seus serviços, o imperador Pedro II agraciou-o, sucessivamente, com os títulos de Barão, Conde, Marquês e Duque de Caxias.
Faleceu em 7 de maio de 1880, na Fazenda Santa Mônica, Desengano (hoje Juparanã, Rio de Janeiro). Foi enterrado no jazigo de sua esposa, no Cemitério do Catumbi, onde repousou até 1949, quando seus restos foram exumados e trasladados para o Panteão Duque de Caxias.
Para culto de sua memória, o governo federal proclamou-o, em 1962, “patrono do Exército Brasileiro”. O dia do seu nascimento, 25 de agosto, é considerado o Dia do Soldado. Seu nome está inscrito no “Livro dos Heróis da Pátria”.