O ativismo pernicioso
Ser um ativista é, em princípio, lutar por uma causa nobre, se empenhar pela observância de um direito natural é, pois, uma forma louvável de dar sentido a uma existência. Tudo seria maravilhoso, não fossem as motivações deletérias que, por vezes, tornam alguém ativista, ou mesmo, os desvios ou equívocos na sua forma de atuação.
Em tempos de mídias sociais, do posicionamento politicamente correto, dos apologistas de um mundo melhor, ser um ativista traz notoriedade, provê status e, desta forma, não são poucos os aproveitadores ou deslumbrados que embarcam nessa modinha, não querendo verdadeiramente favorecer uma causa, mas sim beneficiar-se da exposição que conseguem ter só por receberem a titulação de ativista.
Neste caso, dada a intenção de apenas se beneficiar da imagem positiva que passam a ter, é lógico que estes atores irão, via de regra, atuar fora dos limites da ética e sem a observância das contribuições que deveriam dar à sociedade. São verdadeiros ilusionistas que embaixo do seu manto de bondade enganam um sem número de desinformados, tornando verdade, idéias e conceitos que poderão prejudicar toda a sociedade.
Tóxica também é a a atuação dos ativistas profissionais. Ai não se observa a nobreza de se servir a uma causa. No afã de manterem viva a chama que, de certa forma, é a fonte do seu sustento criam factoides, amplificam a dimensão de questões de menor monta. Se o problema diminui eles o aumentam, se ele se extinguiu eles o recriam. Iludem as pessoas acenando com uma causa nobre apenas para manter o seu ganha pão.
Pernicioso é o ativista que só tem olhos para a sua causa e ignora tudo o que acontece à sua volta. Questões políticas, econômicas, sociais e outras são deixadas de lado e nem consideradas frente à sua tão “prioritária” questão. O exemplo clássico desse tipo de desvirtuamento encontramos nos ativistas ambientais a quem não interessa se seus anseios se oponham ao bem estar ou ao desenvolvimento de uma sociedade.
Na nossa Amazonia, os seres humanos que lá vivem com poucos recursos e necessitam de condições melhores para sobreviver, são ignorados por esses ativistas de visão curta que não conseguem vislumbrar que serão essas pessoas, com uma melhor condição, que irão cuidar de melhor forma daquele patrimônio. A sua atuação deletéria que tem dificultado a implantação de melhor infra estrutura que melhorasse a mobilidade e também a exploração econômica de suas riquezas, facilitou a proliferação dos garimpos ilegais e o contrabando de madeira e de animais tudo também em favor da conhecida cobiça internacional.
Senhores ativistas não se trata da preservação na Amazonia como cuidaríamos da de uma mera Área de Preservação Ambiental, são cinco milhões e quinhentos mil quilômetros quadrados habitados por 30 milhões de pessoas. Aquilo que vocês lutam para impedir ao longo desses anos é vital para esses seres humanos e de grande relevância para todos nós brasileiros. Aquele espaço é um Santuário da Biodiversidade mas também a casa de milhões de pessoas, isto não pode ser ignorado.
Eduardo Diniz
Um cidadão brasileiro
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