Servir a alguém ou a alguma coisa. São poucos os que conseguem agir de acordo com essa forma verbal. Dentre as várias maneiras que temos de despender nosso tempo nesse plano, talvez a mais nobre forma de todas seja justamente a pratica do servir.
Doar-se, desapegar-se de seus interesses, olhar para o bem da coletividade, colocar-se em segundo plano e em primeiro o próximo, se sacrificar por alguma coisa ou alguém, como disse, não é para qualquer um.
O que vai pelo mundo, em todos os tipos de mídia e de manifestações culturais hoje, aponta para uma forma de ser totalmente oposta: a satisfação do eu e a busca da felicidade a qualquer custo. Felicidade que é confundida com prazer, deleite. Que felicidade é esta? Existe felicidade maior, existe prazer maior do que doar-se em benefício do próximo? Existe felicidade maior do que servir?
Se voltarmos o nosso foco para nossos dirigentes, considero que o “servir a” deveria ser o seu mantra no exercício dos deveres funcionais, mas o que vemos nestes atores é justamente praticarem a forma reflexiva do verbo tão sagrado. O que mais se vê em nossos políticos é a pratica da forma “servir-se de”. Com os seus interesses em primeiro lugar, não hesitam em se apropriar de recursos públicos, receber propina em favor de seus corruptores, favorecerem parentes e amigos, não agirem ética e nem moralmente, legislam em causa própria e só se preocupam em trabalhar pelo próximo mandato.
Servir-se ao invés de servir, almejando-se a conquista de poder e bens materiais. Ao invés de se engrandecer, o ser humano se apequena e mostra desconhecer ou ter interesse em agir com nobreza. Independente dos bens que tiveram e do poder que exerceram passam para a história como vilões ou no mínimo nem são lembrados.
Lembrando Gabriela Mistral em seu poema "O prazer de servir”, apresenta-se a pergunta: Serviu hoje? A quem?
Eduardo Diniz
Um cidadão brasileiro
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